Na quarta-feira (23), os estudos sobre os avanços realizados com implantes cerebrais foram publicados na revista Nature. Os pesquisadores da Universidade da Califórnia e da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, desenvolveram um sistema baseado em Inteligência Artificial (IA) em que as pacientes Pat Bennett, 68 anos, e Ann Johnson, 48 anos, com problemas neurológicos conseguiram voltar a se comunicar por meio de um gerador de vozes artificial.
Esse grande avanço é bem significativo, mas os pesquisadores afirmam que ainda existe uma margem de erro na escolha das palavras e trabalham para que as pessoas que perderam a fala possam voltar a se comunicar com o tom e emoções em tempo real. Em coletiva de imprensa, Francis Willett, neurocientista da Universidade de Stanford disse que agora fica mais fácil imaginar que as pessoas com paralisia consigam voltar a se comunicar através da fala e serem compreendidas com mais precisão.
Imagem ilustrativa de microprocessador com o cérebro. (Foto: reprodução/Freepik/creativeart)
Como funcionou o procedimento
Uma das pacientes que foram beneficiadas pelo experimento possui esclerose lateral amiotrófica (ELA) há 13 anos, onde foi prejudicada a musculatura dos lábios, língua, laringe e mandíbula de Pat impedindo a fala.
Foram implantados os chips no córtex pré-motor ventral e na área de Broca, responsáveis pela articulação da linguagem. Os pesquisadores conectaram esses chips a um software para reconhecer os sinais cerebrais quando a paciente tentava falar. Além de testar dois modelos de palavras, um com 125 mil e outro com 50 palavras. Depois de quatro meses, houve um grande avanço e a paciente conseguiu reproduzir frases de 62 palavras por minuto.
Funcionamento do sistema
Através dos implantes cerebrais foram construídos um sistema personalizado para criar expressões faciais no avatar da paciente transmitidos por uma tela. Quando o sistema convertia os sinais cerebrais em fala, a imagem do avatar reproduzia o movimento dos lábios da paciente.
Foto destaque: chip de implante cerebral. Reprodução/Wyss Center