Pele e órgãos humanos são recriados pela Natura a fim de driblar o uso de animais em testes

A Natura, empresa brasileira voltada para cosméticos, em parceria com o com o Laboratório Nacional de Biociências (LNBio) do CNPEM (Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais) conseguiram recriar pele e fragmentos de órgãos humanos para realizarem a simulação em laboratórios a fim de testarem a reação a produtos e substâncias em desenvolvimento. O projeto […]

04 abr, 2023

A Natura, empresa brasileira voltada para cosméticos, em parceria com o com o Laboratório Nacional de Biociências (LNBio) do CNPEM (Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais) conseguiram recriar pele e fragmentos de órgãos humanos para realizarem a simulação em laboratórios a fim de testarem a reação a produtos e substâncias em desenvolvimento. O projeto recebeu o nome de “human-on-a-chip”.  

Esse estudo está sendo desenvolvido desde 2019 a fim de evitar o uso de animais para testes como estes, o que era bem comum anos atrás e sempre foi visto como absurdo pois eles eram muito maltratados. A Natura já não realiza testes e animais desde 2006 com aprovação do Programa Leaping Bunny, da Cruelty Free International, e da PETA (People for the Ethical Treatment of Animals).  Outra finalidade do sistema, que já faz parte dos testes de segurança realizados pela companhia, é a análise aprofundada para o desenvolvimento e a aprovação de matérias-primas originais da marca.  

Esse procedimento está atrelado a combinação de estruturas biológicas semelhantes aos órgãos humanos, que são fabricados em laboratórios, unidos de uma maneira que reproduza o funcionamento dos organismos. Um fluxo de líquidos e soluções, que simulam a corrente sanguínea, ativam esse sistema e faz com que seja possível a avaliação pelos cientistas e pesquisadores de um ingrediente cosmético tanto nos órgãos (parte de dentro do corpo) quanto na pele (parte de fora do corpo) ao mesmo tempo. 


Pele e órgãos humanos são recriados pela Natura a fim de driblar o uso de animais em testesProcedimento da reprodução do fluxo de sangue. (Foto: reprodução/ Forbes)


De acordo com Kelen Fabiola Arroteia, Gerente do Núcleo de Avaliação Pré-Clínica da Natura, e uma das profissionais envolvidas no desenvolvimento da nova metodologia, é possível que desafios adicionais venham com o processo de desenvolvimento de testes alternativos com a tática de criar matérias-primas exclusivas de nossa biodiversidade. Os ingredientes naturais quase sempre são misturas jamais vistas e complexas de compostos sem dados históricos em literatura e essa escassez e complexidade de dados requer a implementação e desenvolvimento de novas maneiras de se avaliar. 

Foto destaque: Projeto “human-on-a-chip” da Natura. (Foto: reprodução/ Forbes)

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