Observatório registra sinais inéditos do cometa 3I/ATLAS

Sinais de rádio inéditos do cometa 3I/ATLAS foram detectados na África do Sul e despertam novas hipóteses sobre sua origem interestelar

12 nov, 2025
Cometa cruzando o céu | Reprodução/Marcos del Mazo/Getty Images Embed
Cometa cruzando o céu | Reprodução/Marcos del Mazo/Getty Images Embed

Cientistas estão de olho no cometa 3I/ATLAS depois de registrarem, pela primeira vez, sinais de rádio vindos de um objeto interestelar. O achado aconteceu na África do Sul e mostrou traços de radicais de hidroxila, substâncias ligadas ao gelo que vai se transformando em gás à medida que aquece.

Essa descoberta é um passo importante para a astronomia. Pela primeira vez, sinais de rádio foram captados de um corpo formado fora do Sistema Solar, e isso ajuda os cientistas a entender melhor a composição e a trajetória de objetos que viajam entre as estrelas.

O visitante interestelar

O cometa foi identificado em julho de 2025 pelo telescópio Atlas, no Chile. Ele é classificado como interestelar porque segue uma trajetória que mostra que não está preso à gravidade do Sol e viaja livremente pelo espaço.

As primeiras tentativas de captar sinais de rádio aconteceram em setembro, mas não deram certo. Agora, os dados registrados correspondem ao que os pesquisadores esperavam, aumentando a confiança nas medições.


3I/ATLAS visível próximo ao Sol (Foto: reprodução/X/@3IATLAS)


Descobrindo a origem do cometa

O sinal funciona como uma espécie de impressão digital do cometa. Ele permite que os cientistas descubram do que ele é feito sem precisar enviar sondas. Esse tipo de observação faz parte da radioastronomia, que “ouve” o espaço por meio de ondas eletromagnéticas, essenciais para estudar o que não conseguimos ver com a luz comum.

Essas ondas ajudam a revelar fenômenos distantes e a origem de substâncias presentes em corpos celestes. No caso do 3I/ATLAS, os sinais confirmam que há gelo em seu núcleo, o que indica que ele se formou em uma região muito fria da Via Láctea antes de ser lançado pelo espaço.


Objeto 3I/ATLAS emite primeiro sinal de rádio (Vídeo: reprodução/YouTube/Mistérios do Espaço)


Com a aproximação do Sol, parte desse gelo passou por sublimação, transformando-se em gás e mudando a cor do cometa, que agora apresenta tons azulados.

A Rede Internacional de Alerta de Asteroides diz que o 3I/ATLAS pode ter vagado por milhões de anos antes de chegar ao Sistema Solar. Em março de 2026, ele deve se aproximar de Júpiter, a cerca de 50 milhões de quilômetros, oferecendo uma nova chance de observar sinais de rádio e entender melhor de onde veio.

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