Estudo conduzido pela Agência Espacial Europeia (ESA) investiga uso de material distinto na forma de combustível durante as missões que exploram o espaço. Caso alcance seus objetivos, a pesquisa criara para Europa alternativa às jornadas que não tem chance de receber a energia do sol. Outra vantagem é a independência quanto à EUA e Rússia. E o melhor de tudo é nova utilidade que o despejo nuclear vai receber. Hoje ele é inutilmente perigoso.
A matéria objeto do trabalho científico se chama amerício 241, rejeito do elemento químico do PU – 239 (isótopo plutônico) com vida média de 24 mil anos. Esse elemento é utilizado para a fabricação de ogivas nucleares por ser um isótopo físsil primário. As usinas nucleares usam o plutônio-239.
O trabalho da agência européia e feito há uma década e, pelo andamento das investigações, existe a previsão de que na década seguinte o material possa dar vida as baterias através da energia do amerício. Esse progresso tecnológico se tornaria um triunfo científico extraordinário.
Nos dias 22 e 23, em Paris, França, ministros dos países que integram a agencia solenizaram o nascimento de aporte financeiro para o Endure (Dispositivos Europeus Movidos a Energia de Radioisótopos) no valor de 29 milhões de euros.
O plutônio pode virar combustivel para futuras missões espaciais. (Foto: Reprodução/DiáriodoNaturalista).
Véronique Ferlet-Cavrois, física holandesa que faz parte da coordenadoria do projeto, esclarece que o amerício 241 tem menor preço de mercado, sendo mais abundoso em comparação ao plutônio. As viagens para o espaço que não conseguem utilizar a energia do sol ( por causa da distancia ou por causa das sombras) utilizam nos dias de hoje as baterias feitas de PU-238, produto raro, custoso, que trona a ESA dependente da NASA, que fornece o material para os europeus.
Os russos também possuem uma linha de produção para a fabricar o composto mas, em decorrência da ocupação russa no território da Ucrânia, a ESA retirou a Rússia do quadro de fornecedores da agência europeia. As provisões limitadas dos plutônio 238 afetou a sonda Philae, no ano de 2014, que aterrissou em região de sombra num cometa onde ficou impossibilitada de utilizar a energia do sol. “Se queremos ter autonomia na exploração, precisamos dessa capacidade”, declarou à Nature, outro coordenador do projeto, Jason Hatton.
O módulo para aterrissagem Argonaut é um dos primeiros instrumentos que podem receber as baterias de amerício. Até 2030 o lançamento do composto deve acontecer em viagens onde o período na Lua é maior, isso dará mais condições para os cosmonautas que trabalham em nosso satélite natural. segundo a ESA, até 2040, as baterias energizadas com amerício podem ser o combustível para as viagens para Netuno e Urano.
Foto destaque: Reprodução/RadioRenascensa.