Veja como a Inteligência Artificial pode transformar o envelhecimento

Isadora de Oliveira Silva Por Isadora de Oliveira Silva
3 min de leitura

A busca pela imortalidade é uma aspiração que atravessa os tempos. Recentemente, um grupo de cientistas da startup californiana Integrated Biosciences, em parceria com pesquisadores da Universidade Harvard e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) nos Estados Unidos, deu um passo significativo nessa jornada.

A pesquisa

Os resultados da pesquisa, intitulada “Descobrindo pequenas moléculas senolíticas com redes neurais profundas“, podem parecer complexos à primeira vista, o que pode explicar por que sua divulgação ainda se limita principalmente ao meio acadêmico desde que foi detalhada em um artigo publicado no periódico Nature Aging em maio deste ano.

De maneira simplificada, os cientistas empregaram a inteligência artificial (IA) como uma ferramenta inovadora para buscar substâncias químicas que possam retardar o processo de envelhecimento celular e, por conseguinte, combater uma série de doenças, incluindo fibroses, tumores, inflamações e artroses.

Em suas palavras, Felix Wong, um físico e matemático americano especializado em Biofísica, principal autor do estudo e um dos fundadores da Integrated Biosciences, comparou a busca por novos medicamentos a encontrar uma agulha em um palheiro. Nesse contexto, o palheiro representa o vasto conjunto de compostos químicos já existentes ou que podem ser desenvolvidos. É uma tarefa hercúlea que exigiria anos de pesquisa intensiva e experimentação sem garantia de sucesso.

No entanto, os cientistas adotaram uma abordagem inovadora, aproveitando o poder da inteligência artificial. Eles treinaram modelos de aprendizado profundo com dados relacionados à atividade senolítica de pequenas moléculas e aplicaram esses modelos para identificar compostos com estruturas diversas que poderiam ter propriedades senolíticas. Essa abordagem revolucionária acelerou o processo de busca e permitiu que os pesquisadores identificassem candidatos promissores de maneira mais eficiente do que nunca.


Felix Wong, principal pesquisador do assunto (Foto: reprodução/Linkedin/Felix Wong)


O potencial impacto na saúde 

O potencial impacto dessa pesquisa é ambicioso. A capacidade de retardar o envelhecimento celular não apenas abriria caminho para uma vida mais longa e saudável, mas também poderia revolucionar o tratamento de uma variedade de doenças relacionadas ao envelhecimento. Fibroses, tumores, inflamações e artroses, que afetam milhões de pessoas em todo o mundo, poderiam ser tratados de forma mais eficaz e, possivelmente, até mesmo prevenidos.

Embora o caminho para a imortalidade ainda seja incerto e repleto de desafios éticos e científicos, a combinação de inteligência artificial e pesquisa biomédica está abrindo novas perspectivas. À medida que a tecnologia continua avançando, é possível que um dia possamos estar mais próximos de alcançar a imortalidade, graças à colaboração entre humanos e máquinas. A pesquisa da Integrated Biosciences e seus parceiros acadêmicos representa um passo promissor nessa jornada.

As informações são baseadas no texto de Filipe Vilicic, da BBC News.

 

Foto destaque: Representação da Inteligência Artificial. Reprodução/Pixabay/Gerd Altmann

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