Em entrevista à Forbes neste sábado (7), o fundador e CEO da plataforma Zoom, Eric Yuan, afirmou que a direção da empresa será o crescimento horizontal, aumentando as necessidades que busca satisfazer. Aos que forem céticos sobre o uso da plataforma de videoconferência para outras funcionalidades, o CEO afirmou: “Tenha a mente aberta.”
“Tínhamos o mundo durante a Covid, e agora recomeçamos para tornar o Zoom melhor. Queremos ficar orgulhosos quando nos aposentarmos,” diz Eric Yuan.
O software, que se popularizou no início da pandemia em 2020, atualmente já está há um ano “se arrastando” no índice S&P 500, e por isso busca recuperar o auge que atingiu com a Covid-19 não somente na melhoria da funcionalidade e competitividade no mercado de videoconferências, mas também a expansão para mercados paralelos, entre os quais está o uso de Inteligência Artificial (IA).
Previsto para disponibilização em 2024, o Zoom Docs, ferramenta que incluirá planilhas e mapas mentais para serem automaticamente preenchidos com dados ou ideias discutidos em reuniões por vídeo.
Exemplo de “mapa mental”, que em outras plataformas requer a construção e organização manual. (Foto: Reprodução/Wikipedia Commons)
Altos e baixos
Tais inovações – como esse “quadro branco” gerado e visualmente organizado por IA a partir de uma reunião – foram anunciadas na terça-feira (3), como parte da estratégia recuperação do Zoom. Configuram um total diverso de ferramentas adicionais cuja lógica é tornar a plataforma uma central que o usuário pode utilizar para tudo.
“O objetivo é fazer com que o cliente use o Zoom o dia todo,” afirma o CEO Eric Yuan. “Voltar para outros aplicativos com frequência é uma dor.”
Isto é uma forma justamente de lidar com o que causou o Zoom a sair de moda no cenário pós-pandêmico: a perda da necessidade, e o surgimento de alternativas.
Com o trabalho híbrido voltando como a alternativa preferida de adesão em empresas, a oportunidade de satisfazer uma necessidade do usuário também ressurge. Graças a isso, o foco então se tornou – do mesmo modo que outros softwares como Dropbox e Slack ainda buscam – se transformar no “centro de gravidade” do fluxo de trabalho de um cliente.
Exemplo apresentado do Zoom Docs, integrando a funcionalidade da IA. (Foto: Reprodução/Zoom)
Uma empresa para empresas
Existem duas formas de pensar a plataforma Zoom. Primeiro, como uma empresa que presta um serviço a um usuário. Segundo, como uma ferramenta empresarial.
Antes, assim que a plataforma começou a decair em popularidade, a primeira perspectiva foi privilegiada, no lançar de ferramentas para o uso em eventos e jogos online – com o consumidor final em mente – que não de fato alcançaram o resultado almejado.
Agora, o Zoom investe no acomodamento não de consumidores em si, mas sim de produtores, de empresas. Isto reflete a adesão na pandemia, que em na maioria dos casos não foi a desejabilidade da plataforma como um fim em si, mas a sua necessidade enquanto instrumento para a conexão de salas de aula, empresas, ou grupos familiares. São diferentes mercados, que implicam em diferentes estratégias.
Foto Destaque: Eric Yuan, o CEO da plataforma Zoom. Reprodução/Reuters