Escaneamento da íris: como a World busca transformar a identificação digital

Tecnologia desenvolvida pelo CEO da OpenAI utiliza o escaneamento da íris para distinguir humanos de robôs e oferece outras funcionalidades

Ester Rissi Por Ester Rissi
Foto destaque: projeto que utiliza escaneamento da íris chega ao Brasil (Reprodução/Alessandro Di Lorenzo/Olhar Digital)

O projeto de Sam Altman,  CEO da OpenAI, finalmente chegou ao Brasil. O ‘World’, como foi batizado, visa criar uma rede global de identificação digital através do escaneamento da íris. A iniciativa foi co-fundada por Alex Blania, empresário que, juntamente com Altman, fundou a Tools for Humanity, empresa responsável pela operação do projeto. Com três diferentes áreas de atividade, o empreendimento se mostra inovador e ousado.

Passaporte digital: World ID

O World ID é um passaporte digital que transforma a biometria da íris de um indivíduo em uma sequência numérica única. Essa identificação digital visa garantir que cada pessoa tenha um único “ID” no sistema, sem a possibilidade de duplicação, ajudando a autenticar a identidade de maneira segura e sem a necessidade de informações pessoais, como nome ou documentos.


World anuncia verificação World ID no Brasil no ‘X’ (Foto: reprodução/X/@worldcoin)

Criptomoeda: Token Worldcoin (WLD)

O (WLD), é a criptomoeda distribuída como uma espécie de ‘incentivo’ para os voluntários se inscrevem no sistema, realizarem o escaneamento da íris e criarem a World ID. O token pode ser utilizado em transações digitais, sendo possível tanto negociar quanto guardar, conforme as opções e funcionalidades oferecidas pelo sistema Worldcoin.


Escaneamento da íris (Foto: reprodução/Juan Mabromata/Getty Images Embed)

Aplicativo: World App

Planejado com a intenção de facilitar a interação com o sistema Worldcoin, o aplicativo possibilita aos usuários a realização de transações com a criptomoeda (Worldcoin), como, por exemplo, transferir e receber tokens e consultar saldos. Além disso, o app funciona como uma ferramenta para gerenciar o World ID e acessar diversas funcionalidades da World.

Em linhas gerais, O objetivo do projeto é ajudar a diferenciar seres humanos de robôs desenvolvidos por inteligência artificial (IA). Um dos possíveis benefícios dessa tecnologia é evitar a criação de perfis falsos em sites e redes sociais e substituir o Captcha, ferramenta que verifica se o usuário é humano, geralmente por meio de testes visuais.

Coleta de dados no Brasil

A World iniciou a coleta de dados da íris de brasileiros interessados na cidade de São Paulo, sem previsão de expansão para outras localidades. De acordo com a empresa, os endereços estariam disponíveis no site oficial a partir desta quarta-feira (13). O registro é gratuito para quem se interessar. O registro é gratuito e os participantes recebem 25 tokens da Worldcoin, uma criptomoeda parecida com o Bitcoin, cerca de R$330,00.


Sam Altman, idealizador do projeto juntamente com Alex Blania (Foto: reprodução/Justin Sullivan/Getty Images Embed)


ANPD  questiona iniciativa

A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) iniciou um processo de fiscalização contra a World. Em nota, a ANPD informou que está em busca de mais informações sobre o funcionamento do projeto no Brasil e irá avaliar a conformidade da empresa com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). Na terça-feira (12), representantes da ANPD se reuniram com a equipe da World para esclarecer questões sobre o projeto e solicitaram explicações adicionais.

A World declarou estar em contato com órgãos reguladores, entre eles o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil. A empresa prevê potenciais aplicações de sua tecnologia em processos democráticos globais e considera, inclusive, sua utilização como suporte para a implementação de uma renda básica universal.

A World e seu principal produto, o World ID, estão criando as ferramentas que a humanidade precisa para se preparar para a era da IA, potencializando indivíduos com acesso a sistemas financeiros e oportunidades que de outra forma não teriam, e, ao mesmo tempo, preservando a privacidade individual.”

A iniciativa de Sam Altman considera previsível que inovações e novas tecnologias gerem questionamentos e apoia a busca de esclarecimentos por parte dos reguladores. A organização ainda afirma cumprir todas as leis e regulamentações de proteção de dados dos mercados onde atua, incluindo a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no Brasil, e prioriza o engajamento com o público e organizações para garantir transparência.

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