A nova era das buscas: Inteligência artificial redesenha o jogo do SEO

A ascensão da IA generativa inaugura o GEO; marcas deixam de disputar cliques e passam a competir por citações nas respostas das inteligências artificiais

16 out, 2025
Aplicativos de Inteligência artificial | Reprodução/	Kenneth Cheung/Getty Images Embed
Aplicativos de Inteligência artificial | Reprodução/ Kenneth Cheung/Getty Images Embed

As Ferramentas de Inteligência Artificial Generativa como ChatGPT, Gemini, Perplexity e o novo modo de busca do Google não são apenas novidades tecnológicas; elas representam uma profunda mudança no comportamento de busca online, ameaçando a visibilidade de conteúdos que, até então, prosperavam sob as regras do SEO (Search Engine Optimization) tradicional.

Desde que o Google se estabeleceu como o portal de informação dominante no final dos anos 1990, o SEO ditou o manual para quem desejava as primeiras posições. Contudo, a lógica mudou: em vez de clicar em um link, o usuário moderno busca uma resposta direta e completa fornecida pela própria IA. Este novo panorama exige uma adaptação urgente, definindo um novo conceito: o Generative Engine Optimization, ou GEO.

A nova disputa por citações nas respostas das IAs

O GEO, Otimização Generativa de Mecanismos, é a fronteira mais recente da estratégia digital. Ele não se concentra em disputar o ranqueamento tradicional, mas em garantir que marcas e sites se tornem as fontes citadas e referenciadas nas respostas sintetizadas pelas IAs. Conforme aponta Luiz Bernardo, Sócio-Fundador da Prosperidade Conteúdos, a adaptação é crucial. “O futuro das buscas é conversacional. O GEO está apenas começando, mas já redefine o papel do SEO tradicional. Em vez de disputar cliques, as marcas precisarão disputar citações nas respostas das inteligências artificiais. Quem entender essa lógica antes, vai sair na frente na nova era da descoberta digital”, afirma o especialista.


Conteúdo explicando o GEO (Vídeo: reprodução/YouTube/Tropical Hub)

A migração de cliques para citações exige uma recalibragem das táticas de conteúdo. Para garantir presença nas respostas generativas, é fundamental que as empresas produzam conteúdo que seja, acima de tudo, objetivo e solucionador. As IAs priorizam a clareza; textos que respondem a perguntas reais do público-alvo, com parágrafos curtos (entre 60 e 120 palavras) e foco direto no ponto, aumentam drasticamente as chances de serem citados. Ferramentas que mapeiam as dúvidas dos usuários, como o autocomplete do Google ou o AlsoAsked, tornam-se essenciais nesse processo.

Os pilares da relevância no GEO

Além da objetividade, a autoridade e a originalidade são fatores decisivos. Em um mar de informações genéricas, o conteúdo que se destaca é aquele que só a própria marca pode fornecer: estudos de caso, dados exclusivos, números de mercado e materiais visuais próprios, como gráficos e tabelas. Quanto mais embasado e singular o conteúdo, maior a sua “relevância” para os modelos de IA, que são treinados para identificar fontes confiáveis.

O GEO também expande o foco para além do website da empresa. A distribuição de conteúdo em múltiplos canais, como LinkedIn, YouTube, Medium e Reddit, é uma tática poderosa, especialmente quando o material inclui links para o texto completo. Além disso, formatos de dados estruturados e de fácil leitura, como PDFs, planilhas e checklists, são preferidos por diversos modelos de IA.


Conteúdo mostrando os números de pesquisa do GEO (Vídeo: reprodução/YouTube/Joabel Kasper)

 

A reputação digital nunca foi tão importante. Menções em veículos de imprensa, backlinks de sites confiáveis e avaliações positivas em plataformas como Google Meu Negócio e Reclame Aqui constroem a credibilidade que as IAs buscam ao selecionar uma fonte. Por fim, a arquitetura do site deve ser amigável para a leitura por máquinas. O uso de metadados, dados estruturados e a inclusão de seções de FAQ (Perguntas Frequentes) no final dos textos facilitam a compreensão e a extração de informações pelas plataformas generativas, aumentando a probabilidade de um trecho da página ser utilizado como a resposta definitiva. Ignorar o GEO é, em essência, optar pelo desaparecimento na principal via de busca da próxima década.

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