Prevenção de catástrofes climáticas é auxiliado por glossário brasileiro

A fim de ajudar no entendimento de conceitos e nomes utilizados para se referir a eventos extremos, pesquisadores criam glossário

Esther Feola Por Esther Feola
Foto Destaque: Glossário brasileiro auxilia na prevenção de catástrofes climáticas (Reprodução: Freepik/@jcomp)

Com catástrofes climáticas acontecendo no país inteiro, em especial nos últimos anos, pesquisadores vinculados a COPE (Capacidades Organizacionais de Preparação Para Eventos), publicaram o Glossário Transdisciplinar de conceitos e termos para fortalecer a prevenção contra eventos extremos de tempo e clima.

A COPE, é coordenado pelo pesquisador Victor Marchezini, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), e apoiado pela FAPESP, através de um Auxílio à Pesquisa Projeto Inicial (PI).

O PI é um financiamento voltado especialmente para projetos de pesquisa baseados em ideias criativas, as quais devam conceder o desenvolvimento de estudos unidos a iniciativa de ensino e de orientação de estudantes de graduação e pós-graduação.


Pesquisadores criam glossário a fim de auxiliar nas informações sobre as catástrofes que vêm ocorrendo
Pesquisadores criam glossário a fim de auxiliar nas informações sobre as catástrofes que vêm ocorrendo (Foto: Reprodução/Pixabay/@LucyKaef)

Objetivo do projeto

Para a Assessoria de Comunicação do Cemaden, Marchezini contou que o objetivo do projeto é a criação de metodologias que unam a recomendação da ONU quanto ao desenvolvimento de sistemas voltados para pessoas.

Segundo Marchezini, o glossário é o primeiro passo na tentativa de melhora da comunicação entre os diversos atores que necessitam de um sistema de alerta.

A criação do Glossário

O material, disponível gratuitamente, foi gerado a partir da disciplina de sociologia dos desastres, do Programa de Pós-Graduação em Desastres, o qual é ofertado através de uma parceria entre o Cemaden e a Universidade Estadual Paulista (Unesp).

Os autores do glossário discorrem que muitos estudos empregaram o conceito de “eventos extremos”, quando se trata da análise de ciclones, contaminações químicas, erosão costeira, erupções vulcânica, invasão de espécies, secas e inundações e terremotos. Contudo, mais tarde desses artigos não oferecem uma explicação exata sobre os chamados “eventos extremos”.

O glossário surgiu a partir da integração de pesquisa bibliográfica, pesquisa documental e coleta de sugestões, filtragem, seleção, definição, descrição e validação de termos e conceitos. Além de sempre manter-se conectado com as diversas formas de conhecimento que são conhecidas pela transdisciplinaridade.

Os documentos e normativas, como os Anais do 1º Seminário Nacional de Avaliação de Alertas do Cemaden, Guia Prático de Utilização de Alertas do Governo Federal, Manual Técnico para Elaboração, Política Nacional de Proteção e Defesa Civil, e Transmissão e Uso de Alertas de Risco de Movimentos de Massa, foram algumas das “inspirações” para o início do glossário. Ademais, através de um questionário virtual que ocorreu no segundo semestre de 2023, as sugestões de cerca de 70 pessoas foram averiguadas.

Olhar do povo

Foi ao ar no mês passado, pela equipe do projeto, um questionário on-line intitulado “Comunicação e Percepção de Riscos”, busca a participação dos cidadãos, a  fim de entender como as informações de desastres socioambientais são notadas pelo povo.

Elaborado seguindo cinco eixos: características da população, acesso a dispositivos, tipo de vida, alfabetização midiática e análise de comunicação de riscos, o questionário é respondido em cerca de quatro minutos.