SpaceX envia primeiro satélite com estrutura de madeira ao espaço

Com a promessa de revolucionar a exploração espacial com sustentabilidade e durabilidade, o minissatélite ‘LignoSat’ traz inovação

Ester Rissi Por Ester Rissi
2 min de leitura
Foto destaque: LignoSat é lançado ao espaço (Reprodução/Universidade de Kyoto/Agora no Vale)

A companhia aeroespacial de Elon Musk realizou nesta terça-feira (5), o lançamento bem-sucedido do minissatélite batizado de LignoSat. O artefato espacial foi enviado em um foguete não-tripulado, com previsão de ser colocado em órbita cerca de um mês após sua chegada a ISS (Estação Espacial Internacional). O dispositivo deverá orbitar a aproximadamente 400 km acima da Terra.


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Sustentabilidade no espaço – O primeiro satélite de madeira do mundo, construído por pesquisadores japoneses, foi lançado ao espaço nesta terça-feira (5). Chamado de LignoSat, o satélite desenvolvido pela Universidade de Kyoto e pela construtora Sumitomo Forestry, foi lançado para a Estação Espacial Internacional em uma missão da SpaceX, do bilionário Elon Musk. Posteriormente, será lançado em órbita a cerca de 400 km acima da Terra. Nomeado em homenagem à palavra latina para “madeira”, o LignoSat, do tamanho da palma da mão, tem a tarefa de demonstrar o potencial cósmico do material renovável na exploração do espaço. Com um plano de 50 anos de plantar árvores e construir casas de madeira na Lua e em Marte, a equipe de Doi decidiu desenvolver um satélite de madeira certificado pela Nasa para provar que o material tem qualidade espacial. “Os aviões do início dos anos 1900 eram feitos de madeira”, disse o professor de ciências florestais da Universidade de Kyoto, Koji Murata. “Um satélite de madeira também deve ser viável.” A madeira é mais durável no espaço do que na Terra, porque não há água ou oxigênio que possam apodrecê-la ou inflamá-la, acrescentou Murata. Um satélite de madeira também minimiza o impacto ambiental no final de sua vida útil, dizem os pesquisadores. Satélites desativados devem reentrar na atmosfera para que não se tornem detritos espaciais. Os satélites convencionais de metal criam partículas de óxido de alumínio durante a reentrada, mas os de madeira simplesmente queimariam, com menos poluição, disse Doi. Veja mais em g1. #spacex #espaço #tiktoknoticias

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SpaceX lança satélite de madeira (Vídeo: reprodução/TikTok/@g1)

Tecnologia na criação do minissatélite

Com um peso aproximado de 900 gramas e dimensões de 10 centímetros por lado, o LignoSat foi construído pela Universidade de Kyoto em parceria com a empresa japonesa Sumitomo Forestry, especializada em madeira, produtos florestais e construção sustentável. Os painéis do equipamento foram feitos de madeira honoki, proveniente de uma espécie de magnólia nativa do Japão. Além disso, foi utilizada uma técnica tradicional que dispensa o uso de parafusos e cola.

Cientistas apontam benefícios

Takao Doi, astronauta e pesquisador da Universidade de Kyoto, explicou que a madeira se mostra mais resistente no espaço do que na Terra, uma vez que não há presença de água ou oxigênio para causar a deterioração ou combustão do material.

Com a madeira, um material que nós mesmos podemos produzir, seremos capazes de construir casas, viver e trabalhar no espaço para sempre”


Takao Doi com minissatélite
Takao Doi, professor e pesquisador na Universidade de Kyoto (Foto: reprodução/Meteored)

Além dos pontos levantados por Takao Doi, segundo pesquisadores da NASA que estudam a nova tecnologia, o uso de madeira em satélites contribui para reduzir o impacto ambiental ao fim de sua vida útil. Satélites fora de operação precisam entrar novamente na atmosfera para evitar que se transformem em lixo espacial. Enquanto os modelos convencionais de metal liberam partículas de óxido de alumínio ao retornarem à Terra, os feitos de madeira apenas se desintegrariam, gerando menos poluição.

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