Exército da Rússia dá ultimato às forças da Ucrânia para que deixem Mariupol

Edson Barbosa Por Edson Barbosa
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Exército da Rússia deu um ultimato às forças da Ucrânia que ainda lutam pela defesa da cidade portuária de Mariupol, com um cenário de combates intensos desde o início da invasão russa ao país, há mais de um mês. A região está quase totalmente ocupada pelas tropas de Moscou, mas ainda há bolsões de resistência, mesmo diante da artilharia constante no país.

Segundo o coronel-general Mikhail Mizintsev, chefe do Centro de Controle de Defesa Nacional da Federação Russa, a primeira fase da “proposta russa é o estabelecimento de um cessar-fogo completo na área, a partir das seis da manhã desta terça-feira, pelo horário local. Já em Bucha, Zelensky aponta ‘genocídio’ e diz que ‘crimes de guerra’ dificultam negociações entre Ucrânia e Rússia

Em seguida, todos os integrantes de forças de defesa, incluindo do Exército e paramilitares, devem “entregar as armas e sair pela rota acertada com o lado ucraniano na direção de Zaporíjia até áreas controladas por Kiev”, o que ocorreria a partir das dez da manhã, no horário local. Todos aqueles que entregarem suas armas terão garantida a preservação de suas vidas, disse Mizintsev, citado pela Interfax.


Destrução em cidade da Ucrânia (Foto:Sergey Bobok/Getty Images)


Existe também a versão da imprensa russa que chegaram a elevar o tom sobre a guerra na Ucrânia e afirmar que massacre em Bucha foi obra dos próprios ucranianos. De acordo com o site Liveuamap, que monitora avanços no campo de combate, apenas áreas na região central de Mariupol ainda não estão sob controle russo, uma resistência que, para Mizintsev, é “sem sentido”.

Apenas nesta segunda-feira (4), foram registrados oito ataques com mísseis na região. A Câmara Municipal da cidade afirmou, em publicação em redes sociais, que as forças russas apoiam agora um prefeito autoproclamado e que está colaborando com os representantes de Moscou.

Em uma entrevista coletiva, o representante do Exército russo afirmou esperar que a Turquia, país que possui bom trânsito com os dois lados no conflito, convença as forças ucranianas em Mariupol a aceitarem as condições para a retirada e a deposição das armas. Ancara ainda não respondeu, assim como o próprio governo ucraniano e comandantes das milícias e batalhões presentes em Mariupol.

No último domingo, o governo turco se colocou à disposição para ajudar na retirada de civis, ucranianos e estrangeiros de Mariupol através do Mar de Azov, e afirmou estar em contato com representantes da Rússia e da Ucrânia para viabilizar tal operação. Segundo o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ainda há cerca de 150 mil civis na cidade, que antes do conflito era lar de mais de 400 mil pessoas.

Nesta segunda-feira, a Cruz Vermelha confirmou que uma de suas equipes foi detida na cidade de Manhush, a cerca de 20 km de Mariupol. De acordo com um porta-voz da organização, ouvido pela Reuters, o grupo tentava chegar a Mariupol, pela quarta vez em questão de dias, para ajudar na retirada dos civis da área. Não foram dados detalhes sobre quem mantém os funcionários sob custódia, mas a vice-premier ucraniana, Iryna Vereshchuk, disse que eles estão sob poder das “autoridades da ocupação”, uma referência aos russos.

Foto Destaque: Prédios residenciais destruídos em Mariupol. Reprodução/Pavel Klimov/Reuters

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