Nesta terça-feira (12), a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovou em unanimidade a cassação do mandato do deputado estadual Arthur do Val, do partido União Brasil, por quebra de decoro parlamentar.
As medidas punitivas foram tomadas em razão dos áudios vazados no qual o deputado intitulava as mulheres ucranianas como “fáceis porque são pobres”. Assim que houver a aprovação por parte do conselho, o parecer do delegado Antônio Olim (PP) será encaminhado ao plenário da Alesp, onde necessita da aprovação dos 94 deputados presentes. Se Do Val tiver o seu mandato cassado, não poderá usufruir dos poderes políticos pelos próximos oito anos e poderá voltar a concorrer nas eleições apenas em 2032.
Assembleia Legislativa de São Paulo (Foto: Reprodução/Sinait SP)
Discursando em público aos deputados, o político diz que errou, mas que a sua cassação não era em razão da sua fala sobre as mulheres ucranianas. “Esse processo de cassação aqui não é pelos meus defeitos. É um processo de cassação pelas minhas virtudes…”, afirma o deputado.
Os pedidos de cassação para Arthur do Val se iniciaram após vir à tona o vazamento de áudios, onde Arthur conversava com amigos enquanto estava na Ucrânia durante os ataques da Rússia. Do Val se encontrava no país representando o Movimento Brasil Livre (MBL). O caso ocorreu em março deste ano. Nos áudios, ele compara a fila de mulheres refugiadas com a de uma balada, elogiando as ucranianas com teores sexuais.
Além disso, o parlamentar afirma voltar após a guerra. Após o ocorrido, o então partido de Do Val, o Podemos, abriu um processo disciplinar interno contra ele e o desfiliou do partido. O político também não faz mais parte do MBL.
As falas de Arthur tiveram repercussões negativas por todo o mundo, principalmente nos países que são aliados da Ucrânia e seguem auxiliando a população nesse período, principalmente as mulheres – foco dos áudios – e também crianças.
Em uma carta escrita pelo próprio parlamentar, Do Val tenta convencer os seus colegas partidários e não-partidários a não aprovarem a cassação como sua punição.
Foto destaque: Reprodução/O Dia