Nesta quinta-feira (11), a Corte Internacional de Justiça iniciou o processo de análise das acusações da África do Sul de que o governo israelense está cometendo genocídio contra os palestinos que vivem em Gaza. Israel chamou de difamação e recusa todas as acusações dizendo que a África do Sul está do lado do grupo terrorista Hamas.
O que diz a acusação
Os argumentos apresentados pela acusação no primeiro dia da audiência, são de Israel violar a convenção internacional do crime de genocídio. Conforme a convenção de 1948, se enquadra no crime de genocídio ao ter a intenção de destruir total ou parcialmente um determinado grupo, religioso, étnico ou racial. Os representantes sul-africanos também mencionaram falas de algumas autoridades israelenses, como do ministro da Defesa, Yoav Gallant, que em um de seus discursos se referiu ao povo palestino como “animais humanos”, evidenciando as intenções de Israel para os ataques.
A África do Sul também solicitou à Corte a suspensão das ações militares israelenses em Gaza. Caso a resposta seja positiva, o caso deve ser levado para o Conselho de Segurança da ONU.
Representantes sul-africanos na audiência (foto: reprodução/X/@FepalB)
O que diz a defesa
Na audiência desta sexta (12), Israel deve manifestar sua defesa de todas essas acusações, mas o governo de Israel já rejeitou todas as acusações de genocídio e acrescentou que a África do Sul está do lado de Hamas. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que Israel está lutando contra mentiras e terroristas. O ministro acrescentou também que a África do Sul “representa monstros” ao ficar do lado de Hamas na Corte Internacional.
De qual lado está o governo brasileiro
Na quarta-feira (10), o presidente da república, Lula, comunicou seu apoio a África do Sul na ação na Corte Internacional de Justiça. A Embaixada de Israel em Brasília, lançou um comunicado dizendo que o Brasil deve se lembrar que a intenção de Israel não é matar o povo palestinos, mas sim os terroristas de Hamas que usam residentes de Gaza como escudos humanos.
Foto destaque: embaixador da África do Sul discursando na Corte Internacional de Justiça (reprodução/YouTube/SABC News)