Desde o início do estado de conflito armado no Equador, declarado na terça-feira (09) pelo presidente Daniel Noboa, 859 pessoas já foram presas,. As informações foram cedidas pela presidência do país nesta sexta-feira (12).
Prisões por terrorismo
Das 859 prisões, o governo informou que 94 são de pessoas acusadas de terrorismo. Também foram informadas, via publicação no X (antigo Twitter), a morte de cinco “terroristas” até o momento, número também informado na quarta-feira (10) pelas Forças Armadas do Equador, e nove organizações terroristas desmanteladas pelas autoridades do país.
Equador declara estado de conflito armado interno (Foto: reprodução/CNN/REUTERS/Vicente Gaibor del Pino)
Na declaração de terça-feira, Noboa declarou como terroristas 22 organizações criminosas. Dessas, as autoridades atribuem atos de violência por todo o país, principalmente em prisões, às organizações Tiguerones, Lobos e Choneros.
Também foram confirmadas a morte de dois policiais e a libertação de 56 cidadãos, seis policiais, 23 agentes de segurança prisional e cinco funcionários administrativos. Em uma entrevista à rádio Canela, na quarta-feira, Noboa afirmou que a declaração é a prova de que o país não irá desistir da luta contra o crime.
O que qualifica conflito armado
Segundo o Direito Internacional Humanitário, existem diversas condições para que um conflito armado seja declarado, como um período extenso de conflitos entre forças governamentais e um ou mais grupos armados organizados, com um nível mínimo de intensidade.
O conflito no Equador vem crescendo pelos últimos 3 anos, batendo o recorde de homicídios (7.878, com apenas 584 solucionados) em 2023. O auge, que levou a declaração de estado de conflito armado, foram diversos casos graves de sequestro de policiais em prisões do país e fuga de dois líderes de facções poderosas.
Em agosto de 2023, o candidato à presidência Fernando Villavicencio foi assassinado, mas o crime ainda não foi esclarecido. Analistas associam o assassinato à ascenção das facções criminosas no Equador.
Após a declaração de Noboa, as Forças Armadas do país realizaram operações militares para neutralizar os grupos intitulados terroristas.
Foto destaque: Equador realiza 859 prisões desde o início do estado de conflito armado (Reprodução/BBC/EPA)