Elon Musk se reuniu com parlamentares do governo após manifestações em Brasília

Carlos Enriki Por Carlos Enriki
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Elon Musk dono do Twitter (Foto: Reprodução/Chesnot/Getty Images)

Elon Musk, dono do X (Antigo Twitter), realizou reuniões com representantes do governo brasileiro quatro dias após os ataques golpistas em Brasília no dia 8 de janeiro de 2023. Integrantes do governo acionaram a direção mundial da plataforma após ficarem incomodados com as postagens em apoio a manifestação em Brasília e contra o resultado das eleições, e após muitas apelações a direção da rede social decidiu marcar a reunião para dia 12 de janeiro.

Sobre a reunião

João Brant comandou a reunião, e diante da sala no Palácio do Planalto, cobrou o cumprimento de termos de uso da plataforma, Brant chegou a ler um trecho das normas que dizia: “Poderemos rotular ou remover informações falsas ou enganosas destinadas a minar a confiança do público numa eleição ou outro processo cívico”. Por sua vez, Musk enfatizou que segundo relatos de usuários brasileiros, este trecho era desconhecido.

Em uma reunião de aproximadamente 45 minutos, Elon Musk, expressou preocupação com os excessos das decisões judiciais de um juiz sem mencionar nomes, levando os representantes do governo brasileiro a interpretarem que se referia ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Musk assegurou que sua empresa continuaria a respeitar a lei. Ao término do encontro, conforme reportagem da Folha de S. Paulo, Musk compartilhou seu e-mail pessoal com os brasileiros, convidando-os a entrar em contato em caso de questões graves.

Frustração e falta de firmeza

A advogada Estela Aranha, que já deixou o governo, expressou sua frustração com o resultado. Segundo relatos, Musk deu a impressão de estar presente apenas para “esfriar a fervura”, sem tomar medidas efetivas.

Durante a reunião, os representantes brasileiros enfatizaram a necessidade de uma moderação de conteúdo semelhante à adotada pelo Twitter durante a invasão do Capitólio dos EUA em 2021. No entanto, as respostas de Musk foram percebidas como evasivas, com promessas genéricas de resolver o problema e evitar que situações semelhantes ocorressem novamente.


8 de janeiro de 2023 (Foto: reprodução/Marcelo Camargo)

A advogada destacou a falta de firmeza por parte de Musk e ressaltou que os conteúdos discutidos eram ilegais e violavam tanto a lei brasileira quanto os termos de uso do Twitter.

Musk ofereceu seu email pessoal para que os representantes brasileiros pudessem contatá-lo diretamente em caso de novas queixas, mas Estela Aranha afirmou que ninguém fez uso desse recurso, optando por continuar a comunicação com o Twitter pelos canais institucionais.

Até o momento, apenas as decisões judiciais do ministro Alexandre de Moraes, que determinaram o bloqueio de canais, perfis e contas considerados golpistas, foram obedecidas pelas redes sociais, enquanto as tentativas de mediação com Musk não surtiram efeito.

O episódio reflete as dificuldades enfrentadas pelas autoridades brasileiras na regulação do conteúdo nas redes sociais e levanta questões sobre a eficácia das abordagens de empresas privadas e indivíduos influentes na resolução desses problemas.

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