Papa Francisco desmitiu os boatos que circulavam sobre uma possível renúncia ao cargo, devido aos problemas de saúde. E disse em uma entrevista, nesta segunda-feira que pretende visitar a Rússia e Ucrânia. Ele firmou que irá continuar a dirigir a igreja católica o tempo que a saúde o permitir, recusando um afastamento num futuro próximo.
Questionado sobre quando pensava que isso pudesse acontecer, disse: “Não sabemos. Deus o dirá”.
“Nunca passou pela minha cabeça. No momento não, no momento não. Realmente!”, declarou o pontífice durante uma entrevista concedida à agência de notícias Reuters no sábado em sua residência no Vaticano. Os rumores surgiram apos o Papa ter adiado uma viagem ao continente africano, que estva prevista prevista para o início de julho, o que aumentou as especulações sobre uma possível renúncia, como fez seu antecessor Bento XVI em 2013, alegando falta de forças para desempenhar a função.
Papa Francisco usa cadeira de rodas após operação no cólon no último verão, mas esta foi a primeira vez que ele foi fotografado usando uma em evento aberto à mídia. (Foto destaque: Reprodução/AFP/AFP)
Sobre as dificuldades no joelho, Francisco contou que sofreu “uma pequena fratura” quando cometeu um erro enquanto um ligamento estava inflamado. “Estou bem, estou melhorando lentamente”, acrescentou, explicando que a fratura está cicatrizando, auxiliada por laser e magnetoterapia.
“A mim, não me disseram! Os médicos explicaram-me que não tenho cancro e ponto final”, disse, acrescentando que “são mexericos da corte. Ainda existe o espírito da corte no Vaticano. Repare que o Vaticano é a última corte europeia de monarquia absoluta. Ainda não deixou de ser uma corte”.
Em uma conversa que durou 90 minutos, na tarde de sábado, realizada em italiano, sem os auxiliares, o pontífice que tem 85 anos, repetiu também a sua condenação do aborto, na sequência da decisão do Supremo Tribunal dos Estados Unidos no mês passado.
(Foto destaque: Reprodução/Ansa)