Nesta terça-feira (21), o influencer Júlio Cocielo foi absolvido na Justiça por caso de injúria racial. O mesmo foi denunciado em 2020 por incitação ao racismo por parte do Ministério Público Federal (MPF).
O MPF levou a denúncia por conta de postagens de Júlio em seu twitter entre 2010 e 2018. O youtuber teria escrito as seguintes postagens:
“Se os caras do Racionais falarem ‘levanta a mão’ eu não sei se é assalto ou comemoração”, “o Brasil seria melhor se não tivesse frescura com piada racista. Mas já que é proibido a única solução é exterminar negros” e “Mbappé faria conseguiria fazer um arrastão top na praia hein”.
Após seus tweets terem vindo à tona, Cocielo levou uma grande onda de hate pela internet. O mesmo se pronunciou em um vídeo no Youtube se desculpando. Sua defesa em tribunal apontou que ele é negro, por ser de família afrodescendente, e que “seria impossível que suas falas se enquadrassem como racismo já que não há como se sentir superior á um grupo que ele pertence”. Também argumentou que as piadas estavam em um contexto artístico e humorístico e que são protegidas pela liberdade de expressão garantida na constituição.”
O juiz Rodiner Roncada abarcou o caso e afirmou que mesmo as frases sendo de “gosto discutível”, não são similares à figura típica de incitação ao racismo. “O réu afirmou durante o interrogatório não ter agido com intenção de ofensa à qualquer raça, mas sim apenas com o intuito de divertir sua plateia e ser engraçado. As testemunhas também afirmaram que o réu nunca demonstrou atitudes e ideais racistas”, escreveu o juiz.
Também foi apontado que o contexto em que as piadas foram feitas era importante de se considerar visto que é um canal de humor acompanhado por mais de 15 milhões de seguidores de todas as raças e camadas sociais apenas com a intenção de se divertir.