A rede de cafeterias Casa do Pão de Queijo protocolou um pedido de recuperação judicial, na última sexta-feira (28), citando dificuldades econômicas resultantes da pandemia, juros altos e enchentes no Rio Grande do Sul. A dívida da empresa é estimada em R$ 57,5 milhões, conforme documentos apresentados à Vara de Competência Empresarial e de Conflitos Relacionados à Arbitragem, localizada em Campinas (SP).
Fundada em 1967 por Mário Carneiro e sua esposa Dona Rosa Carneiro, o casal começou vendendo pão de queijo em um pequeno estabelecimento em São Paulo, utilizando uma receita tradicional mineira que rapidamente conquistou os clientes. A empresa cresceu ao longo das décadas, expandindo suas operações e se tornando uma das redes de cafeterias mais conhecidas no Brasil, famosa por seu pão de queijo fresquinho e outras delícias típicas brasileiras.
Impactos da pandemia
A empresa declarou que as perdas econômicas começaram durante a pandemia da Covid-19, onde o período em que o faturamento caiu 50% em 2020. Esta queda acentuada nas receitas tornou difícil para a Casa do Pão de Queijo manter suas operações.
Cenário econômico e problemas climáticos
Além dos efeitos devastadores da pandemia, a situação financeira da empresa foi agravada pelo cenário de juros altos, e destacou ainda os desafios enfrentados devido aos episódios climáticos desfavoráveis. As recentes enchentes no Rio Grande do Sul, por exemplo, causaram um prejuízo de aproximadamente R$ 1 milhão por mês para a rede.
Em nota, a Casa do Pão de Queijo afirmou: “O cenário econômico difícil, combinado com os desastres naturais, tornou inviável a manutenção de nossas operações sem uma reestruturação financeira.”
A recuperação judicial busca oferecer à empresa a possibilidade de reorganizar suas finanças, permitindo que a direção da empresa honre todos os compromissos. Em comunicado ao Jornal da Manhã, a Casa do Pão de Queijo esclareceu que o pedido se refere à holding e às suas 28 filiais localizadas em aeroportos, sem impacto sobre as 170 franquias da rede.