Pesquisadores criam o primeiro teletransporte holográfico do mundo

Edson Barbosa Por Edson Barbosa
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A experiência do teletransporte, amplamente retratata em filmes de ficção científica, pode estar um a um passo da realidade. Pesquisadores da Western University, do Canadá, conseguiram realizar o que está sendo chamado de a primeira demonstração de um “teletransporte holográfico” bidirecional internacional.

Foi no fim de julho, aconteceu a experiência e com isso foi possível a partir do uso de uma câmera especial e um HoloLens, headset inteligente da Microsoft. 

Transportamos uma pessoa do Alabama (Estados Unidos) para Ontário (Canadá). Depois, cada um dos alunos aqui no projeto foi capaz de se transportar instantaneamente em forma holográfica para Huntsville, Alabama”, contou Adam Sirek, líder do trabalho e cofundador da Leap Biosystems, ao canadense GlobalNews. 

Tivemos a incrível oportunidade de demonstrar o primeiro teletransporte holográfico internacional bidiretivo”, disse o cofundador e líder do projeto, Adam Sirek, membro do corpo docente da Faculdade de Medicina e Odontologia Schulich, na Universidade de Ontário Ocidental, e do Western Space. “Transportamos uma pessoa do Alabama (EUA) para Ontário (Canadá), e cada um dos estudantes aqui no projeto pôde se holoportar instantaneamente em forma até Huntsville, no Alabama”.

Segundo um comunicado da Universidade, a equipe, que é composta por uma grande parte de estudantes de medicina, está explorando a forma como essa tecnologia futurista (cujo hardware foi desenvolvido pela Microsoft, e o software pela Aexa Aerospace) pode ser usada no mundo real.

O desenvolvimento foi possível graças a uma parceria da empresa norte-americana Aexa com a canadense Leap Biosystems para explorar aplicações médicas para a tecnologia, que permitiu a demonstração do primeiro teletransporte holográfico internacional.
O teste aconteceu com uma câmera especial criando uma imagem holográfica de uma pessoa, que por sua vez manda para um destino escolhido. Na outra ponta, um dispositivo chamado hololente permite que o usuário receptor veja o sujeito dentro de seu ambiente. Se ambos estão usando hololentes, eles podem interagir como se estivessem no mesmo ambiente.

É o melhor dos dois mundos entre medicina e engenharia”, descreveu o universitário e estagiário do projeto Adam Levschuk. “As aplicações que estou particularmente olhando poderão facilitar exames físicos que um médico normalmente realizaria em uma sala de exame”.

Mesmo com muito trabalho pela frente a feito, pode se tornar possível a realização de um exame médico virtual usando hololentes, Levschuk se diz animado para explorar todas possibilidades do programa.

Para o estagiário do projeto, e também estudante de medicina Alex Zhou, as implicações da tecnologia podem ser enormes para o acesso aos cuidados de saúde em locais remotos. “Este é o futuro dos cuidados de saúde em termos de acesso a comunidades afastadas e ambientes remotos e rurais”.


Pesquisadores conseguiram realizar holotransporte dos Estados Unidos ao Canadá. (Foto: Reprodução/Getty Images)


Modernidade aliada à economia

Sirek concorda com Zhou, enfatizando que o custo da tecnologia atualmente é de cerca de cinco mil dólares canadenses (quase R$20 mil), o que, quando comparado ao custo de locomoções médicas ou viagens para exames, mostra que a técnica poderia representar uma enorme economia financeira para os sistemas de saúde.
A promessa de novas tecnologias, inevitavelmente, sempre traz algumas limitações e obstáculos a serem superados – e é aí que entra o lado da engenharia do projeto.

No que diz respeito às hololentes, estou meio que examinando quais biossensores podem ser fáceis e também realmente úteis para se integrar a ele”, disse Jocelyn Whittal, estudante de engenharia do terceiro ano na Western. “Quer seja como monitorar a frequência cardíaca e a saturação de oxigênio, quer seja até mesmo olhar para os hápticos”, disse ela, referindo-se à tecnologia que transmite e compreende informações através do toque.

Mesmo com o teletransporte holográfico levando a imagem de uma pessoa a viajar através das fronteiras, ele ainda não permite a interação por toque, o que é necessário para um exame médico.

Além de ajudar na medicina, a tecnologia terá outras vantagens com seu potencial de conectar as pessoas. Reuniões virtuais, que ganharam fôlego com o distanciamento social imposto pela pandemia de Covid-19, podem ganhar um aspecto físico tridimensional com o uso do teletransporte holográfico.

Para Sirek, uma das partes mais emocionantes do projeto é “ver a nova geração de estudantes enfrentando os desafios de hoje para um mundo melhor e mais conectado amanhã”.

 

Foto destaque: Reprodução/Site deloitte

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