Segundo IBGE, jovens negros e pardos foram os que mais morreram em 2023

No total, 1.463.546 morreram, predominando todas as faixas etárias

Camila Crespo Por Camila Crespo
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Foto destaque: Jovens negros são os que mais morrem no país (Reprodução/Instagra/@adrianofontesfoto)

O IBGE divulgou nesta quarta-feira (04), a pesquisa “Síntese de Indicadores Sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira 2024”. O levantamento revelou que, em 2023, os jovens negros e pardos foram as principais vítimas de mortes no Brasil, destacando desigualdades que ainda marcam a sociedade.

Número dos negros na pesquisa

Dentre o número de mortos do ano passado, esses jovens fazem parte de 17,3% do total, segundo o IBGE. O número é de 1.463.546 pessoas. As mulheres negras e pardas são as segundas que mais morrem, até os nove anos . Entre 10 e 69 anos, o segundo lugar é ocupado pelos homens brancos, que totalizam 11,3% do total.

Além disso, o estudo apontou que mulheres negras e pardas têm uma expectativa de vida menor, em comparação às mulheres brancas. Entre os 10 e 59 anos, elas ocupam o terceiro lugar no ranking de mortalidade, com 4,1% das mortes registradas. No entanto, a partir dos 60 anos, o cenário se inverte, com o número de mortes de mulheres brancas superando o de pretas e pardas.

Veja os percentuais de óbito em 2023, de acordo com sexo e cor de pele:

  • Mulher branca – 20,5% das mortes;
  • Homem branco – 18,9%;
  • Homem preto ou pardo – 15,6%;
  • Mulher preta ou parda – 13,8%.

Manifestação
Mulheres negras morrem mais que brancas no Brasil (Foto:reprodução/Instagram/@esqrevpt)

O estudo do IBGE

Segundo a analista de pesquisa, Clician Oliveira, durante a pandemia, as pirâmides etárias de morte haviam desregulado, mas, em 2023, elas voltaram ao padrão de 2019. Disse também que a velhice brasileira se reafirma como branca, e que acima dos 80 anos, é feminina.

Além disso, o estudo do IBGE apresenta dados sobre estrutura econômica, mercado de trabalho, distribuição de renda e padrões de vida, abrangendo aspectos como moradia, saúde e educação, no período de 2012 a 2024.

Nesta edição, o estudo trouxe novas análises, incluindo indicadores das condições de vida por regiões geográficas e a relação entre condições de moradia e pobreza monetária. Os recortes geográficos incluem grandes regiões, estados e cidades.