A União Europeia emitiu uma ordem para que o TikTok congele todos os dados relacionados às eleições romenas. A decisão faz parte da aplicação da Lei de Serviços Digitais e está conectada a preocupações com a influência estrangeira e o uso da plataforma para promover o candidato ultranacionalista Calin Georgescu.
Autoridades romenas revelaram o uso de contas coordenadas e algoritmos do TikTok para promover o político pró-Rússia, levantando suspeitas de ataques híbridos russos.
TikTok e as eleições romenas
A União Europeia determinou que o TikTok congele dados vinculados às eleições presidenciais da Romênia, em um movimento inédito para conter suspeitas de interferência estrangeira. A medida, anunciada nesta quinta-feira (5), está respaldada pela Lei de Serviços Digitais, criada para regular gigantes das redes sociais em solo europeu.
A decisão foi tomada no contexto de documentos revelados por autoridades romenas, que indicam que o ultranacionalista pró-Rússia Calin Georgescu foi amplamente promovido no TikTok por meio de contas coordenadas e uso de algoritmos. Apesar de Georgescu afirmar que não investiu em campanhas digitais, evidências apontam para um esquema massivo de promoção paga.
Sobre os ataques russos híbridos agressivos — (Vídeo: Reprodução / YouTube / CNN Brasil)
Nos Estados Unidos, autoridades também expressaram preocupações com possíveis ataques híbridos russos, embora o Kremlin negue envolvimento nas eleições romenas.
Impactos políticos e resposta do TikTok
Se vencer o segundo turno das eleições, marcado para este domingo (8), Georgescu poderá adotar uma política externa mais isolacionista, opondo-se à União Europeia e intensificando a crise política no país. Especialistas temem que sua vitória aprofunde tensões regionais e fortaleça movimentos pró-Rússia.
O TikTok, por sua vez, afirmou estar cooperando com a Comissão Europeia para esclarecer os fatos. A empresa rejeitou especulações sobre seu envolvimento em ações indevidas, destacando sua disposição para investigar as acusações.
Com a ordem de retenção em vigor, analistas esperam que o caso sirva como precedente para regular o uso de redes sociais em processos eleitorais sensíveis.