Durante uma reunião ministerial na Granja do Torto, na segunda-feira (20), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) surpreendeu seus ministros ao mencionar a possibilidade de não disputar a reeleição em 2026.
É a primeira vez que o chefe do Executivo admite publicamente essa hipótese. De acordo com relatos, a decisão dependerá da “vontade de Deus” e de fatores pessoais.
Episódios marcantes influenciam decisão
Lula relembrou episódios recentes que o fizeram refletir sobre sua continuidade na vida pública, como, por exemplo, um incidente ocorrido em outubro, durante uma viagem ao México. Durante a viagem ocorreram problemas técnicos na aeronave presidencial que obrigaram o avião a voar em círculos por horas e realizar um pouso de emergência.
Além disso, o presidente mencionou a delicada cirurgia na cabeça que precisou realizar após uma queda no banheiro, situação que, segundo ele, poderia ter sido fatal.
Esses episódios foram destacados por Lula como exemplos das incertezas que cercam sua trajetória e da necessidade de colocar a saúde e a vida pessoal em perspectiva diante dos desafios da presidência.
Base aliada e sucessão em debate
Mesmo ao cogitar não ser candidato, Lula reforçou a importância de sua base governista garantir a vitória nas próximas eleições presidenciais, com ou sem sua liderança direta. Ele destacou a falta de um sucessor claro que possa assegurar a continuidade de seu projeto político, o que tem gerado debates internos no governo atual.
O presidente também aproveitou o encontro para criticar partidos aliados, como PSD, MDB, Republicanos, União Brasil e PP, pela postura de não assumirem publicamente sua posição dentro do governo. Lula pediu mais engajamento desses grupos, cobrando esforços concretos para manter a estabilidade política e o apoio no Congresso.
Embora o discurso tenha gerado surpresa, muitos ministros acreditam que Lula acabará se candidatando, especialmente devido à ausência de um nome de peso capaz de substituir sua liderança no cenário eleitoral de 2026.