Rosa Icela Rodríguez, Ministra do Interior do México, anunciou nesta terça-feira (28), durante a conferência La Mañanera del Pueblo, que os dez centros de acolhimento destinados aos mexicanos deportados dos Estados Unidos já estão em funcionamento, mas, até o momento, estão vazios. O evento foi presidido pela presidente Claudia Sheinbaum.
A iniciativa prevê a instalação de dez centros de acolhimento ao longo da fronteira, com a expectativa de que quase todos os ramos do governo mexicano contribuam com serviços, como transporte de retorno às cidades de origem, cuidados médicos e a inclusão dos deportados em programas de assistência social. Entre os serviços oferecidos estão pensões, cursos de aprendizagem remunerados e cartões de auxílio financeiro.
“Estamos prontos para recebê-los deste lado da fronteira”, afirmou a ministra, em recente pronunciamento.
Presidente do México apresenta plano de acolhimento aos refugiados (Vídeo: reprodução/Youtube/Claudia Sheinbaum)
México te Abraça
A presidente Claudia Sheinbaum também participou do anúncio e ressaltou que aqueles que decidirem retornar de forma voluntária também serão repatriados.
“Os imigrantes mexicanos não são criminosos. Eles atravessaram a fronteira, contribuíram para a economia dos Estados Unidos e também para o México. São pessoas trabalhadoras, que se esforçam todos os dias para progredir. Hoje, o México os espera”
Claudia Sheinbaum
Até o momento, abrigos já foram construídos em Ciudad Juárez, na fronteira com El Paso, no Texas, e os primeiros centros estão em construção em Nogales, no México, em frente à cidade homônima do estado do Arizona, além de Piedras Negras e Matamoros. A informação foi confirmada pela Associated Press.
Em comunicado oficial, a presidente mencionou que o número de deportações na terça-feira foi inferior à média diária de 500, do ano anterior, e que os abrigos estavam menos ocupados em comparação ao mesmo período de 2024, quando o número de imigrantes aumentou significativamente.
México e EUA
O governo de Claudia Sheinbaum se antecipou às ordens executivas de Washington e condenou a adoção de “medidas unilaterais” no contexto da relação bilateral. O México já se prepara para mitigar os impactos dos recentes anúncios de Washington.
A presidente anunciou, semanas atrás, que um dos principais pontos da negociação com o governo de Donald Trump será evitar que o México tenha que absorver toda a responsabilidade pelo acolhimento dos deportados. Sheinbaum afirmou que o país só assumirá a responsabilidade por um pequeno grupo de imigrantes. Autoridades mexicanas resistem à ideia de se tornar um “país terceiro seguro”, o que tem gerado críticas internas.
Entre as prioridades do governo mexicano estão os impactos dessas medidas na população nacional, especialmente entre os mais de cinco milhões de imigrantes mexicanos sem documentos, e aqueles que vivem nos Estados Unidos há muitos anos.