Nesta semana, uma nova descoberta trouxe esperança para famílias que há seis anos vivem na incerteza. Fragmentos humanos foram encontrados em uma das áreas de busca, reacendendo a possibilidade de que, finalmente, as últimas vítimas da tragédia de Brumadinho possam ser identificadas.
Os restos foram localizados a cerca de seis quilômetros do ponto onde tudo começou. Entre eles, um fêmur com prótese, um detalhe que pode acelerar o processo de reconhecimento.
Agora, esse material está sob análise no Instituto Médico-Legal (IML), e, mais uma vez, os familiares enfrentam a dolorosa espera por respostas.
Desde aquele trágico 25 de janeiro de 2019, os bombeiros nunca desistiram. São mais de dois mil dias de trabalho incansável, vasculhando cada centímetro da lama que engoliu vidas e sonhos.
O tenente Henrique Barcelos, que acompanha as buscas desde o início, explica que o deslocamento da lama tornou tudo ainda mais difícil, movimentando também os corpos ainda não achados.
Quem ainda espera ser encontrado
Três pessoas seguem desaparecidas:
- Maria de Lurdes da Costa Bueno, 59 anos, estava em Brumadinho, Minas Gerais, para um fim de semana especial com a família. Hospedada na Pousada Nova Estância, sonhava com momentos de descanso e alegria.
- Tiago Tadeu Mendes da Silva, 34 anos, engenheiro mecânico dedicado, havia sido transferido para a Mina do Córrego do Feijão apenas 20 dias antes da tragédia.
- Natália de Oliveira Porto Araújo, 25 anos, jovem e cheia de esperança, queria crescer na mineração e construir uma carreira sólida.
Justiça ainda distante
A tragédia matou 272 pessoas, incluindo dois bebês que ainda estavam no ventre de suas mães. Seis anos depois, a dor das famílias se mistura à frustração com a impunidade.
No mês de março do ano de 2024, as acusações contra Fábio Schvartsman, ex-presidente da Vale, foram arquivadas pela Justiça, gerando indignação nos familiares das vítimas.
O processo continua contra apenas 15 pessoas, entre elas, 11 são gerentes da Vale e quatro representantes da Tüv Süd, a empresa responsável pelo atestado de estabilidade da barragem.
O caso ficou parado durante meses, sem qualquer movimentação processual e somente em setembro de 2024 o cômputo do prazo dos prazos processuais foi restabelecido.