A Polícia Civil do Rio de Janeiro realizou, na manhã desta quinta-feira (20), uma operação na comunidade da Vila Aliança, Zona Oeste da cidade, visando prender um grupo especializado em roubos de vans na região.
Na ocasião, o copiloto, Felipe Marques Monteiro, foi baleado na cabeça enquanto sobrevoava a comunidade, dando suporte aos policiais que avançavam por terra. Em vídeos publicados nas redes sociais, é possível ver o momento em que o helicóptero da Polícia Civil é alvejado por tiros e, em seguida, faz pouso de emergência.
O policial de 45 anos foi encaminhado para o hospital Miguel Couto — na zona sul do Rio — e passa por cirurgia. De acordo com informações do hospital, seu estado de saúde é gravíssimo.
Alvos da operação
A ação da Polícia Civil visa prender uma quadrilha especializada em roubo e desmanche de vans na zona oeste da capital. Segundo as investigações, o bando é focado em vans de turismo e altamente organizado, formado por receptadores, ladrões e desmanchadores. O principal alvo da operação é Yan Marley Lopes Ferraz, de 24 anos, interceptado em ligações telefônicas negociando veículos roubados, indicando vítimas e coordenando ataques na capital e no interior do estado.
Ainda conforme as investigações, o bando foi responsável por um prejuízo de R$ 5 milhões ao setor de transporte turístico só em 2024.
Polícia Civil critica ADPF 635
Contudo, no início da tarde, a Polícia Civil criticou a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental, popularmente chamada de ADPF das favelas. Em nota, a instituição disse que o ataque às aeronaves policiais demonstra o empoderamento das organizações criminosas que se consolidaram com a limitação de operações policiais impostas pela medida. Isto é, que antes da ADPF 635, as aeronaves policiais causavam medo nos criminosos e que hoje são alvos de bandidos com alto poder de fogo.
A nota finaliza dizendo que, desde o início da medida, houve um aumento de 300% nos ataques às aeronaves das polícias.
Balanço da operação
Seis pessoas foram presas e estão à disposição da Justiça. Além disso, houve tiroteio e barricadas incendiadas. Ao mesmo tempo, devido à insegurança, 35 escolas foram fechadas, o serviço de trens na região ficou suspenso e quatro Clínicas da Família interromperam atendimento.