Human Rights Watch acusa polícia do Catar de abuso e tortura à pessoas LGBTQIA+

João Gabriel Rodrigues Por João Gabriel Rodrigues
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A Polícia do Catar deteve e cometeu abusos contra membros da comunidade LGBTQIA+ dias antes do maior evento mundial, a Copa do Mundo, denuncia a organização Human Rights Watch. Hoje, dia 24 de outubro, um informe foi divulgado, lembrando novamente o histórico de violação dos direitos humanos do emirado.

No Catar a homossexualidade é ilegal, não se pode demonstrar qualquer tipo de afeto homossexual. A punição para tal crime, é de até sete anos de prisão. Esse é o principal foco das críticas sobre a sede do mundial.

A Human Rights Watch afirmou que documentou seis casos de espancamento severos e cinco casos de assédio sexual sob custódia policial entre os anos de 2019 e 2022. Sendo o caso mais recente acontecido no mês de setembro.

Em setembro, um homem homossexual, uma mulher bissexual e quatro mulheres trans, contaram que membros do Departamento de Segurança Preventiva do Ministério do Interior do Catar os detiveram em uma prisão subterrânea em Doha, capital do país.

Na prisão, ainda de acordo com o documento, os policiais “assediaram verbalmente e submeteram os detentos a abusos físicos, de tapas a chutes e socos até sangrarem”.

“Uma mulher catari disse que foi golpeada até perder a consciência diversas vezes. Os órgãos oficiais de segurança infligiram abusos verbais, obtiveram confissões forçadas e negaram aos detentos o acesso aos seus advogados, família e atenção médica”, mostra o documento.

No informativo é mostrado também, que uma mulher transgênero catari contou que foi detida uma vez por dois meses em uma cela subterrânea, e depois, por mais seis semanas. Desde então, ela tem medo de sair na rua e esta sofrendo de depressão.

“Me bateram todos os dias e rasparam minha cabeça… Me fizeram tirar a camisa e fotografaram meus seios”, contou.

Segundo a organização Americana, Human Rights Watch, as seis pessoas pareciam ter sido detidas por uma lei vigente desde 2002, que permite a prisão por até seis meses sem julgamento se existirem motivos fundamentados para crer que a pessoa cometeu um crime. Porém, um funcionário do governo catari afirmou, que as versões são “categórica e inequivocamente falsas”.

“O Catar não tolera a discriminação contra ninguém, e nossas polícias e procedimentos são marcados pelo compromisso com os direitos humanos para todos”, assegurou.

A organização de direitos humanos pediu para que a Fifa pressione o governo do Catar para que adote medidas protetivas às minorias LGBTQIA+. A Fifa assegurou que as bandeiras arco-íris e LGBTQIA+ serão autorizadas dentro e ao redor dos estádios.


Harry Kane em jogo pela seleção da Inglaterra (Reprodução/Instagram: Harry Kane)


As leis do país estão sendo tão criticadas que o atacante e capitão da seleção Inglesa e do Tottenham Hotspur, Harry Kane, declarou que usará a faixa da campanha “One Love”, que simboliza a luta contra a discriminação.

Foto Destaque: Polícia do Catar (Reprodução/Deamstime.com)

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