Pagamento por aproximação: podem fazer cobranças no meu cartão sem que eu saiba?

Editoria Imag Por Editoria Imag
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Pagamentos por aproximação são uma possibilidade cada vez mais presente no cotidiano dos brasileiros. Os principais bancos do país têm emitido cartões com essa tecnologia em tal magnitude que, hoje, uma de três transações com cartão de crédito presenciais no Brasil a utilizam, de acordo com levantamento da Abecs – Associação Brasileira das Empresas de Cartão de Crédito e Serviços.

Uma novidade é que esse meio de pagamento enseja também fazer operações comerciais usando celulares, relógios inteligentes e outros periféricos eletrônicos. Porém, ao lado da grande praticidade que a novidade traz está um mundo novo de oportunidades para golpistas e falsários se aproveitarem do poder aquisitivo alheio.

Qual é a tecnologia por trás da aproximação?

A tecnologia “Near Field Communication” (comunicação de campo de proximidade), ou NFC, é feita entre o leitor de pagamentos e a superfície pagadora por meio de frequência de rádio Wi-Fi.

Na superfície pagadora, há um chip de computador com uma pequena antena que permite estabelecer a comunicação com o leitor na hora da transação, a 4 centímetros de distância ou menos.

Celulares, cartões, relógios ou pulseiras enviam um código de uso único (“token”) ao leitor para desempenhar o pagamento, sem precisar compartilhar outros dados do pagador. Nesse sentido, um cartão de pagamento sem contato é mais seguro contra falsificações e clonagens do que aqueles de banda magnética passados na máquina.

Furto não invasivo

Cartões de pagamento por aproximação dispensam o uso de senha para transações de valor inferior a R$200. Essa praticidade tem sido pervertida por criminosos, que carregam de maneira velada máquinas de cartão com a mesma tecnologia em espaços públicos.

Assim, uma mera falsa transação usando uma máquina portátil permite que um furto digital seja feito sem sequer precisar roubar a carteira alheia. Algumas pequenas atitudes por parte do detentor dos cartões podem ajudar a evitar esse tipo de golpe.

Primeiramente, carregar cartões dentro da carteira, e não soltos em bolsos de calça ou na mochila ou bolsa, aumenta sensivelmente a segurança contra incidentes desse tipo. Adicionalmente, é possível comprar carteiras ou capas de proteção especiais de plástico, alumínio ou fibra de carbono para abrigar esses cartões, vedando transações indesejadas.

Além disso, as configurações de compra sem contato podem ser alteradas diretamente com os bancos. Desativar e reativar a função temporariamente e ativar notificações de compras por aplicativos são algumas das possibilidades ensejadas dessa maneira.

Por fim, para remediar o dano causado por um furto desses, recomenda-se registrar um boletim de ocorrência junto à polícia e contestar a compra solicitando estorno na operadora do cartão.

O risco adicional do celular

Atualmente, perder um cartão de crédito ou tê-lo clonado pode ser um problema relativamente fácil de remediar, embora inconveniente. Em regra, uma ligação rápida de cancelamento no banco e a solicitação do envio de um novo permitem mitigar perdas.

Já perder um celular equivale a perder uma carteira inteira, com dados pessoais e alheios. No caso de serviços de pagamento por aproximação, empresas como Apple e Samsung viabilizam pagar por serviços e produtos sem sequer precisar acessar a carteira virtual e informar senha em nome da praticidade – gerando, em contrapartida, riscos palpáveis.

Em caso de roubo ou perda com esse tipo de pagamento por toque, despesas indesejadas podem ser contraídas no mundo virtual ou real de consumo. Um exemplo prático foi demonstrado por um hacker à revista Forbes, a partir do uso de celulares para pagar o transporte público na Inglaterra:


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Uma vantagem do pagamento por aproximação pelo celular é que máquinas de cartão não podem cloná-lo. Por outro lado, é muito relevante utilizar uma VPN para iPhone ou Android no caso de efetuar uma transação em local que ofereça uma rede pública de Wi-Fi. Uma VPN é um programa que estabelece uma rede virtual privada e segura para acesso à internet, vedando a navegação pelo celular do ataque de cibercriminosos.

Não apenas os Wi-Fi públicos, mas também os carregadores de celular públicos devem ser evitados porque são muito usados para promover invasões digitais, mesmo em ambientes em que tornou-se natural utilizá-los, como aeroportos, restaurantes e cafés, especialmente durante viagens.

Foto Destaque: Reprodução

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