Nova lei do Imposto de Renda isenta salários até R$ 5 mil

Especialistas destacam que a folga no orçamento pode ser uma chance de fortalecer a vida financeira, desde que o contribuinte trate o valor economizado

28 nov, 2025
Foto de uma cédula de R$ 50 | Reprodução/ Luiz Souza/NurPhoto via Getty Images Embed
Foto de uma cédula de R$ 50 | Reprodução/ Luiz Souza/NurPhoto via Getty Images Embed

A nova lei do Imposto de Renda, sancionada esta semana, marca uma das mudanças mais significativas na tributação sobre pessoas físicas das últimas décadas. A partir de janeiro de 2026, trabalhadores com renda mensal de até R$ 5 mil estarão totalmente isentos do tributo. Já aqueles que ganham entre R$ 5 mil e R$ 7.350 terão redução progressiva no imposto, segundo faixas de renda definidas pelo governo.

Alívio para a base e regras

De acordo com estimativas oficiais, cerca de 15 milhões de brasileiros devem sentir diretamente o impacto positivo da medida. Para quem recebe até R$ 5 mil, a economia mensal fica em torno de R$ 312 — o equivalente a mais de R$ 4 mil por ano, considerando o 13º salário. A regra avalia a soma total das rendas tributáveis: até R$ 5 mil mensais, há isenção; até R$ 7.350, o desconto é gradual. Essa lógica também valerá na declaração anual de 2027, referente ao ano-calendário 2026, com isenção para rendimentos de até R$ 60 mil e reduções progressivas até R$ 84 mil por ano.

A mudança, no entanto, tem seu custo. O governo calcula uma renúncia fiscal de R$ 25,8 bilhões em 2026. Para compensar, a lei foi construída como “fiscalmente neutra”, prevendo novas fontes de arrecadação: contribuintes que recebem acima de R$ 600 mil por ano terão tributação adicional, incluindo alíquota de até 10% sobre lucros e dividendos — hoje isentos. Essa cobrança deve atingir aproximadamente 150 mil pessoas, reforçando a progressividade do sistema, em linha com práticas adotadas em países da OCDE.

Impacto no orçamento familiar

A isenção traz alívio imediato e maior poder de compra para milhões de trabalhadores. Mas especialistas lembram: para quem tem condições de poupar parte da economia gerada, a mudança pode ser uma oportunidade estratégica. A recomendação é evitar encarar o benefício como “aumento de salário” e direcionar o valor para metas financeiras, como formação de reserva de emergência ou investimentos de longo prazo.


Ilustração de investimento (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Henrique Campos)


Uma simulação usando aportes mensais de R$ 300 no Tesouro IPCA+ 2040 demonstra o potencial de crescimento patrimonial quando há disciplina e constância. O que começa como uma folga no orçamento pode se transformar em um futuro mais seguro — desde que acompanhado de planejamento.

A nova lei avança na redistribuição da carga tributária, mas, no plano individual, o impacto depende de escolhas pessoais. Aproveitar a oportunidade exige firmeza de propósito: transformar o ganho mensal em construção de patrimônio. É a combinação entre política pública e decisão individual que, de fato, muda a vida financeira do contribuinte Educação Financeira

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