A deputada do Partido Democratas Alexandria Ocasio-Cortez (AOC) solicitou, na noite do último domingo (8), a extradição do ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro (PL). A intervenção veio após a onda de ataques à Brasília, movimentada por vândalos bolsonaristas na sede dos Três Poderes.
Algumas horas após o início dos ataques terroristas ao Palácio do Planalto, em Brasília, a deputada se declarou contra os atos antidemocráticos do Brasil e disse que a comunidade estadunidense deve ser solidária com o governo democraticamente eleito do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Ainda no post, AOC sugeriu que medidas a respeito do “refúgio” de Jair Bolsonaro em Orlando, na Flórida – que viajou para a Flórida dois dias antes da cerimônia de posse do presidente eleito Lula, sejam providenciadas: “Os Estados Unidos devem parar de conceder refúgio a Bolsonaro na Flórida.”
AOC compara atos bolsonaristas aos ataques ao Capitólio, de quase dois anos, nos Estados Unidos.
À emissora CNN, o deputado democrata Joaquin Castro afirmou que “ele [Bolsonaro] deveria ser extraditado para o Brasil.” Concluiu dizendo que o político é investigado por corrupção e mantém contato com o ex-presidente republicano Donald Trump. “Ele é um homem perigoso”, salientou.
O presidente dos EUA, Joe Biden, também condenou os atos violentos e enviou declarações de apoio ao Governo brasileiro. Ele definiu as ocorrências como “ultrajantes” e fez menção ao resultado das urnas estabelecidos no segundo turno das eleições presidenciais: “A vontade da população do Brasil não pode ser minada”.
As demais autoridades do Congresso norte-americano apoiaram a fala da deputada AOC e também usaram as redes para se posicionarem acerca do saqueamento à Esplanada dos Ministérios. O assessor de segurança nacional Jake Sullivan defendeu a tese de que a “democracia brasileira não será estremecida pela violência”. Ainda afirmou que o apoio norte-americano à democracia brasileira permanece “inabalável”.
Autoridades da Espanha, Portugal, França e Itália também se manifestaram em solidariedade ao Brasil. “Qualquer ato de violência contra as instituições democráticas deve ser veementemente condenado”, afirmou o vice-primeiro-ministro da Itália, Antonio Tajani, no Twitter.
Emmanuel Macron, presidente da França, declara apoio à democracia no Brasil e escreve mensagem em português.
Líderes dos países da América do Sul, por sua maioria parceiros do presidente Lula, definiram o ato antidemocrático como “golpe”, “fascismo”, “vandalismo” e disseram que autuantes de atos como esses merecem “condenação internacional”.
Gustavo Petro, primeiro presidente de esquerda da Colômbia, sugeriu uma assembleia entre os membros da Organização dos Estados Americanos (OEA) para tratar das depredações ao patrimônio público brasileiro em Brasília. “Toda minha solidariedade a Lula e ao povo do Brasil. O fascismo decide atacar. A direita não conseguiu manter o pacto de não violência”, completou.
Foto Destaque: Autoridades pedem extradição de Bolsonaro dos EUA. Reprodução/AFP/Poder60.