A família Maluf realizou a devolução de R$ 152,8 milhões nesta quarta-feira (19) como parte do acordo firmado com o Ministério Público e a Procuradoria-Geral da cidade de São Paulo para ressarcir os cofres municipais. O valor é referente ao desvio de recursos das obras da Avenida Jornalista Roberto Marinho e Túnel Ayrton Senna, ocorrido entre 1993 e 1998 durante a gestão de Paulo Maluf (91) como prefeito de São Paulo.
Segundo o acordo, ficou prevista a devolução de US$ 44 milhões, equivalente a R$ 220 milhões. Com o pagamento realizado hoje pela empresa da família Maluf, a Eucatex, e pelo banco BTG Pactual, falta um pouco menos de R$ 70 milhões a serem pagos pelos desvios realizados com os recursos das obras. Além disso, a família Maluf perde mais um terço da empresa que pertencia à família há décadas. As ações foram transferidas para o poder da BTG Pactual. Entre 1999 e 2000, as empresas “offshore” Durant e Kildare, por meio de fundos controlados por Flavio Maluf e seus irmãos, filhos do ex-prefeito, já haviam adquirido ações da Eucatex.
Em nota ao portal UOL, a Eucatex afirmou que o acordo feito pela empresa e pelo Ministério Público encerra uma longa disputa judicial de forma definitiva e mostra que a empresa colaborou. Agora, sem enfrentar mais questionamentos, a empresa pode continuar suas atividades de forma estável e segura, além de melhorar sua governança corporativa para atender às expectativas do mercado. Já a assessoria do ex-prefeito preferiu não comentar o caso.
Bloqueio das ações da Eucatex era anunciado em 2013. Reprodução / YouTube.
Com o acordo firmado entre a família Maluf e o Ministério Público, a Eucatex deixou de ser ré na ação referente aos desvios de recursos públicos ocorridos durante a gestão de Paulo Maluf como prefeito de São Paulo. A empresa estava com seus bens bloqueados há dez anos, desde que foi apontada como beneficiária de investimentos feitos com dinheiro desviado da prefeitura. Vale ressaltar que o processo sobre o caso corre desde 2009.
Foto Destaque: Paulo Maluf. Reprodução / Wilson Dias / Agência Brasil
