Segundo a comissão da Câmara, a perda de insumos do Ministério da Saúde totaliza R$ 2 bilhões desde o ano de 2019

Anna Miranda Por Anna Miranda
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De acordo com a inspeção conduzida pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados, os medicamentos e insumos médicos perdidos no almoxarifado central do Ministério da Saúde, localizado em Guarulhos, São Paulo, somam cerca de R$ 2,2 bilhões desde o ano de 2019. A vistoria ocorreu neste mês.

No relatório da comissão, consta a perda de R$2,2 bilhões, que foi ocasionada pelo descarte de produtos. Além disso, durante a visita dos membros da comissão, foi constatado que diversos outros insumos estavam próximos de vencer, o que resultará em mais prejuízos financeiros para o setor público, conforme consta no documento.

“São 75 milhões de unidades que vão vencer nos próximos três meses”, confirma o deputado federal Daniel Soranz (PSD/RJ).  Ainda no documento, ressalta que “é evidente a falta de organização e articulação entre os processos de compras, logística e as necessidades da população”.

Além disso, o relatório apresentou um conjunto de 14 recomendações com o objetivo de evitar futuras perdas no almoxarifado gerenciado por uma empresa privada em nome do Ministério da Saúde. Entre as medidas propostas, destacam-se a criação imediata de um portal público que contenha todas as informações sobre os insumos em estoque, incluindo a quantidade disponível e a data de validade, bem como a realização de uma campanha para a coleta de unidades que estão prestes a vencer nos próximos oito meses.

Dentre as propostas de recomendações também entram, distribuição de medicamentos para municípios que tenham acima de dois milhões de habitantes; a proibição da compra sem apresentação do plano de distribuição. Entre outras medidas.

 

Leitos desativados 

Além disso, a comissão visitou seis hospitais federais e três institutos nacionais na cidade do Rio de Janeiro, todos sob a administração do Ministério da Saúde. Durante a inspeção, constatou-se, por exemplo, que havia 1.045 leitos sem utilização. 

“A situação apresentada pelos hospitais federais é muito grave. São mais de mil leitos desativados, que poderiam estar atendendo à população”, disse Daniel Sonraz.

O censo é de suma importância, pois mostram em tempo real os leitos disponíveis em cada hospital para a internação, contudo, após vistoriação o deputado chamou esse leitos sem utilização de “leitos fantasmas”, onde são colocados no censo como “ocupados” porém na realidade se encontram vazios. 

E a situação se repete em outros hospitais como: o Hospital da Lagoa no Rio, hospitais Geral de Bonsucesso, Cardoso Fontes e dos Servidores do Estado, incluindo também o Instituto Nacional de Câncer (Inca).

 

Pronunciamento do Ministério 

Em nota oficial, o Departamento de Gestão Hospitalar do Ministério da Saúde informa que está tentando regularizar a situação dos hospitais federais.

“Desde a situação precária encontrada nos seis hospitais federais, já foram realizadas importantes ações como o reabastecimento de insumos e medicamentos, reabertura de leitos e retomada dos processos de obras”.

“O Ministério da Saúde reforça o compromisso na reabertura de mais leitos e na redução das filas cirúrgicas nos hospitais federais, proporcionando um atendimento de qualidade para a população do Rio de Janeiro”.

O ministério disse que continua em análise, porém não mencionou sobre perda bilionária no almoxarifado.

 

Foto destaque: Ministério da Saúde em Brasília. (Reprodução/Gov.Br)

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