A dificuldade na fiscalização, ou até mesmo na identificação das drogas sintéticas fizeram com que houvesse uma disparada no consumo dessas substâncias. Há 5 anos, 95% das apreensões recebidas eram de maconha e cocaína. Agora, os sintéticos que eram 5%, passaram a representar 15%. Dentro dessa porcentagem, se encontra a mais nova “dor de cabeça”, que seria a chamada “maconha sintética”, popularmente conhecida como Drogas K, ou K2, K4, K9 e spice.
Drogas K. (Reprodução/Jornal Nacional/Globo)
Em entrevista ao G1, Fernanda Bono Fukushima professora e membro do Núcleo de Estudos Interdisciplinares da Cannabis da Universidade Estadual Paulista (Unesp) aduz que: “É uma preocupação muito grande nossa, de todo mundo que defende o uso da cannabis medicinal. Ela é vendida como maconha artificial, maconha falsa, maconha alguma coisa, com nomes que fazem alusão de que ela é mais inofensiva. Faz parecer uma coisa supernatural e pouco nociva, mas o que percebemos é que ela é uma droga sintética com um potencial lesivo grande para quem usa e podem levar a morte”, afirma a professora.
Ainda de acordo a professora Fukushima, “a droga sintética que vem crescendo no Brasil e no mundo foi originalmente um experimento que não deu certo como opção terapêutica”. E de acordo com o Governo de São Paulo, as drogas K podem ter efeitos mais avassaladores que o crack, visto que, apesar de ser um composto sintético da maconha, ela atinge em uma potência até 100 vezes maior o cérebro do usuário.
Ademais, um órgão federal ligado ao departamento de defesa dos EUA, Drug Enforcement Administration (DEA), levantou a questão de que a droga k pode estar presente também nos cigarros eletrônicos, algo que está devidamente proibido no Brasil, tanto a comercialização, como o seu consumo.
A matéria-prima para a fabricação da droga chega ao Brasil pelo contrabando em portos, aeroportos e fronteiras terrestres. Aqui são misturadas até com pesticida. Mas também há o contrabando local que envolve desvios com farmacêuticas. São transformadas em um líquido transparente que pode ser borrifado em qualquer coisa que seja consumida, conforme publicou o Portal G1.
E os principais alvos das drogas sintéticas, são as crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, diante do fácil acesso e pela dificuldade de localizar aqueles que comercializam as substâncias.
Foto Destaque: Apreensão de Drogas K. (Reprodução/G1)