A taxa de desemprego cai para 12,6% no 3º trimestre, revelam os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (30). Mesmo assim, a renda média do trabalhador cai 11% em um ano.
O rendimento dos ocupados foi estimado em R$ 2.459. Antes da divulgação desta terça, o menor valor para o período de julho a setembro havia sido registrado em 2012. À época, a renda foi de R$ 2.462, apontam dados divulgados pelo instituto.
Ainda de acordo com os dados do IBGE, o Brasil tem quase 13,5 milhões, 7,8 mil subocupados e 5,1 desalentados. A pesquisa ainda indica que há crescimento em ocupações com menores rendimentos, e aumento no trabalho informal, cerca de 40% da população brasileira atua por conta própria.
Mãos com Dinheiro (Foto: Reprodução/Gabriel Cabral/Folhapress)
Para a coordenadora de trabalho e rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, “O nível de ocupação vem aumentando por meio da maior inserção de trabalhadores informais no mercado, de menor rendimento. Isso faz com que a média caia. Além disso, temos em curso a questão inflacionária”.
O trabalho doméstico – que foi o mais afetado com a pandemia da COVID-19 – também cresceu, mas ainda não conseguiu se recuperar totalmente. Para Adriana Beringuy esse crescimento é um processo de recuperação que já vinha ocorrendo desde junho. “A categoria dos empregados domésticos foi a mais afetada na ocupação no ano passado e, nos últimos meses, há uma expansão importante. Embora haja essa recuperação nos últimos trimestres da pesquisa, o contingente atual desses trabalhadores é inferior ao período pré-pandemia”, acrescenta Adriana.
O comércio, a indústria e a construção foram os setores que mais ajudaram a diminuir a taxa de desemprego no 3º trimestre. Hoje, 93 milhões de brasileiros estão trabalhando, mas a renda tem sido fortemente impactada pela inflação. Sobre a renda, Adriana Beringuy, explica: “Há um crescimento em ocupações com menores rendimentos e também há perda do poder de compra devido ao avanço da inflação”.
Foto Destaque: Carteira de trabalho. Reprodução/Nilton Fukuda/Estadão