Em um relatório divulgado na manhã dessa terça-feira (27), a Organização das Nações Unidas (ONU) comunicou que a Rússia deteu mais de 800 civis e executou 77 deles desde o começo da Guerra da Ucrânia, em fevereiro de 2022. As informações foram coletadas durante uma missão de monitoramento da organização.
<blockquote class=”twitter-tweet”><p lang=”en” dir=”ltr”>New <a href=”https://twitter.com/UNHumanRightsUA?ref_src=twsrc%5Etfw”>@unhumanrightsUA</a> report on detention of civilians in context of Russia’s armed attack against Ukraine calls for the release of anyone who is arbitrarily detained and urges full compliance with provisions of intl law <a href=”https://t.co/AyV2ZCYTM4″>https://t.co/AyV2ZCYTM4</a> <a href=”https://t.co/jm9jsBychW”>pic.twitter.com/jm9jsBychW</a></p>— UN Human Rights (@UNHumanRights) <a href=”https://twitter.com/UNHumanRights/status/1673653039289315328?ref_src=twsrc%5Etfw”>June 27, 2023</a></blockquote> <script async src=”https://platform.twitter.com/widgets.js” charset=”utf-8″></script>
Relatório da ONU (Reprodução/Twitter)
O relatório possui 36 páginas e foi desenvolvido através de 70 visitas a centros de detenções, além de mais de 1.000 entrevistas. Nesse documento, a ONU mostra que a Ucrânia também violou o direito internacional, mesmo que em menor escala, ao deter civis de forma arbitrária.
“Documentamos mais de 900 casos de detenção arbitrária de civis, incluindo crianças e idosos”, relatou Matilda Bogner, chefe da missão de monitoramento de direitos humanos da ONU na Ucrânia, em uma entrevista coletiva por vídeo enquanto estava em Uzhhorod, uma cidade no oeste ucraniano. “A grande maioria desses casos foi perpetrada pela Federação Russa.”
Segundo Bogner, as execuções cometidas pelos russos equivalem a um crime de guerra. Nenhum caso parecido que partisse dos ucranianos foi documentado.
O escritório de direitos humanos da ONU documentou 178 casos em detalhes, de um total de 864 civis detidos pela Rússia. Entre os documentados, mais de 90% sofreram torturas, que incluíam incidentes de afogamento simulado, eletrocussão e uma chamada “caixa quente”, que consistia de uma caixa aonde as vítimas eram mantidas em confinamento solitário enquanto o local apresentava altas temperaturas. Segundo o relatório, as detenções ocorreram tanto na Ucrânia quanto na Rússia.
Pelo lado ucraniano, a ONU registrou 75 casos de detenção de civis. Segundo a organização, as mudanças nos códigos criminais da Ucrânia permitiram que as forças de Kiev tivessem mais liberdade para essas práticas. A entidade acredita que mais da metade dos civis foram torturados.
Os investigadores da ONU relataram que a Ucrânia deu total acesso a informações, com exceção de um caso, enquanto a Rússia vetou esse acesso, mesmo após vários pedidos da entidade.
Foto destaque: Bandeira da ONU. Reprodução/Pixabay