Um estudo publicado na revista Nature pela NASA indica que a taxa de rotação do planeta Marte está acelerada em cerca de quatro milissegundos por ano. Os dados produzidos através do extinto InSight Mars Lander determinam o giro em volta do eixo do planeta vermelho. A sonda usada para recolher as informações operou por quatro anos, mas parou de operar desde dezembro do ano passado porque a poeira cobriu os painéis solares, assim a sonda não consegue obter energia para captar novas informações.
Mesmo sem essa função, a agência espacial norte-americana continuou recolhendo as informações armazenadas, isso fez com que eles atualizassem a nota informativa sobre Marte, em 7 de agosto, indicando que há um encurtamento da duração do dia no planeta marciano em uma fração de milissegundo por ano.
Marte é essencial para entender como se formou e evoluiu, mas há um grande desafio pelo planeta ter difícil acesso. As informações dos dados geofísicos não conseguem ser separadas em contribuições do núcleo, do manto e da crosta. No entanto, essa questão mudou ao passar a utilizar o InSight Mars que forneceu dados científicos de rádio para determinar as propriedades fundamentais do núcleo, manto e atmosfera de Marte medindo com precisão a rotação do planeta.
Antenas da espaçonave em Marte. (Foto: reprodução/NASA/JPL-Caltech)
Como aconteceu a descoberta
Os cientistas responsáveis pelo estudo utilizaram um dos instrumentos do InSight, que é um transponder de rádio e antenas chamadas coletivamente de “Experimento de Rotação e Estrutura Interior da InSight” (RISE) para rastrear a taxa de rotação do planeta. Ao receber o sinal de rádio para o módulo de pouso usando as atualizações das antenas da Deep Space Network na Terra. Então o sinal era refletido de volta pela RISE, quando os cientistas recebiam esses sinais, eles procuravam pequenas mudanças na frequência das ondas.
Causa da aceleração da rotação de Marte
Os cientistas não têm certeza da causa e consideram a aceleração bem sutil. No entanto, algumas ideias se formaram, uma das possíveis causas é o acúmulo de gelo nas calotas polares ou a recuperação pós-glacial, onde as massas de terra se elevam depois de serem soterradas pelo gelo. Segundo a NASA, a mudança na massa de um planeta pode fazer com que ele acelere um pouco como um patinador no gelo girando com os braços esticados e, em seguida, puxando os braços para dentro.
Foto destaque: Sonda InSight. Reprodução: NASA/JPL-Caltech