Enfrentando oposição, Japão inicia liberação de água radioativa

Pedro Ramos Por Pedro Ramos
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Nesta quinta-feira (24), o Japão começa a despejar, no Oceano Pacífico, água radioativa tratada da usina de Fukushima. A intervenção tem apoio da Organização das Nações Unidas (ONU). Contudo, o procedimento é questionado por países vizinhos, principalmente pela China. 

Segundo informações da Companhia de Energia Elétrica de Tóquio (Tepco), a água não representa nenhum risco à vida marinha nem ao meio ambiente em geral. De acordo com a Tepco, não há perigo, uma vez que ela passou por tratamentos rigorosos, que eliminam, uma a uma, as substâncias radioativas.  

Após 12 anos e meio do acidente nuclear de Fukushima, em 2011, o Governo Japonês decidiu liberar a água armazenada. Segundo a Tepco e as autoridades japonesas, é necessário que haja a liberação de água, para que não aconteça futuros desastres. 


Usina nuclear de Fukushima. (Foto: Reprodução/STR/JIJI PRESS/AFP)


O acidente de Fukushima

Em 11 de Março de 2011, um tsunami causado pelo terremoto de Tohoku, de magnitude 9, atingiu a província de Fukushima, no Japão. O acidente acabou atingindo a Usina Nuclear de Fukushima Daiichi, o que acarretou em um dos maiores desastres nucleares, desde Chernobyl, em 1986. O incidente recebeu o nível 7, na Escala Internacional de Eventos Nucleares e Radiológicos da Agência Internacional de Energia Atômica, sendo essa numeração a mais grave.

Oposição chinesa e de Hong Kong

As duas maiores potências do extremo-oriente, China e Hong Kong, se opuseram à decisão japonesa de liberar água radioativa no Oceano Pacífico. O governo de Xi Jinping anunciou proibições na importação de alimentos japoneses. Além disso, acusou o país de “despejar deliberadamente” água contaminada nos mares. 

Hong Kong também proibiu a importação de alimentos do Japão. John Lee Ka-chiu, presidente do país, escreveu, nas suas redes sociais, que “a segurança alimentar e a saúde pública de Hong Kong são as principais prioridades do governo”.

Apoio da Coreia do Sul

Diferente dos outros países do oriente asiático, a Coreia do Sul pediu ao governo japonês que seja transparente em relação ao descarte adequado de água. Entretanto, dentro do país sul-coreano houveram manifestações contra a decisão de Tóquio, havendo estoques, feito por algumas pessoas, de sal marinho, com medo de uma provável contaminação das águas da Coreia do Sul. 

Liberação gradual

Segundo informações da Tech Xplore, serão liberados, no máximo, 500 mil litros de água por dia, através de uma tubulação subaquática. Além disso, a substância precisa ser liberada rapidamente, para liberar espaço dentro da usina, a fim de evitar futuros incidentes.

 

Foto destaque: Usina de Fukushima. Reprodução/Kyodo/Reuters

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