Considerada uma das maiores anunciantes do Brasil, a 123milhas chocou o país ao divulgar, no dia 18 de agosto, que estaria cancelando e suspendendo a emissão de passagens e pacotes da linha promocional no período de setembro a dezembro deste ano, mesmo daqueles clientes que já haviam pagado os pacotes. Todo esse problema não poderia gerar um resultado diferente, o PROCON-SP registrou mais de 5 mil reclamações e protocolos abertos contra a 123milhas, devido aos cancelamentos.
Para completar, através de seu canal no LinkedIn, a empresa compartilhou uma tabela com mais de 250 funcionário demitidos, isso apenas 10 dias do anúncio de suspensão dos pacotes e passagens.
Diversos portais de economia usam o caso da 123milhas para explicar o modelo de negócio usado pela empresa (Foto: reprodução/X/@ICLNotícias)
História da 123milhas
A empresa surgiu em 2016, na cidade BH – Belo Horizonte –, em Minas Gerais, através dos irmãos Ramiro Julio Soares Madureira e Augusto Julio Soares Madureira. Além deles, a empresa também contava com a sociedade dos administradores Novum Investimentos Participações S/A.
Para a surpresa do público e dos anunciantes, em 2022, a 123milhas anunciou parceria com gigantes do mercado, como Samsung, Unilever, Itaú, Bradesco e Banco do Brasil. Só no ano passado a empresa investiu em anúncios cerca R$1,18 bilhão, já em 2022, o investimento ultrapassou R$2,37 bilhões.
Com isso, o ranking Agências & Anunciantes divulgou a 123milhas como a 2º maior anunciante.
Fusão e processo de recuperação judicial
O irmãos Ramiro e Augusto também aparecem no quadro de sócios da empresa Max Milhas, consequentemente, a fusão das empresas ocorreu em janeiro deste ano. A Max Milhas foi fundada por Max Oliveira, em 2012, contudo, na época, os sócios garantiam que o envolvimento das empresas é meramente burocrático, já que afirmavam ter operações independentes.
Isso porque a linha PROMO da 123milhas funcionada de forma diferente da Max Milhas. A empresa vendia pacotes promocionais sem data de embarque definida, e com preços menores que do mercado, já a agência buscava voos e acomodações mais econômicas após o cliente pagar sua viagem.
Donos da 123milhas são proibidos de sair do país antes de depor em CPI aberta para o caso (Foto:Reprodução/X/@cartacapital)
Com o fim da pandemia de Covid-19, a demanda aumentou e a 123 passou a ter dificuldades de encontrar passagens e acomodações que se aproximassem do que os clientes haviam pagado. Então, ocorreu a suspensão dos pacotes, e o pedido de recuperação judicial ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
Em nota, a empresa disse: “A Recuperação Judicial permitirá concentrar em um só juízo todos os valores devidos. A empresa avalia que, desta forma, chegará mais rápido a soluções com todos os credores para, progressivamente, reequilibrar sua situação financeira”.
Mesmo com a promessa de vouchers com correção monetária de 150% do valor pagos pelos viajantes, o modelo de negócio usado pela empresa vem sendo duramente criticado pelos especialistas e pelo público. Os irmãos Ramiro e Augusto também estão proibidos de sair do país antes de depor sobre o caso.
Muitos cliente ainda procuram por ações judicias contra e empresa, e o caso vira alvo de muitos posts nas redes sociais.
Foto destaque: Logo oficial da empresa 123milhas (Foto:Reprodução/Instagram/@123milhas)