Finlândia é considerado o ‘país mais feliz do mundo’ segundo pesquisa

Pelo quinto ano consecutivo, a Finlândia ganhou o título de “país mais feliz do mundo” na classificação “World Happiness Report” (Relatório de Felicidade Mundial). O Afeganistão ficou com a última colocação.

Na 39º posição, fica o Brasil, estando como o terceiro país latino-americano mais bem colocado, ficando atrás apenas do Uruguai, na 30°, e da Costa Rica, na 23º. A Venezuela é o país latino-americano na pior posição, 108°, ficando atrás do Iraque. Ano passado, o Brasil esteve em 41° lugar.

A classificação do “World Happiness Report” faz parte de um estudo financiado pela ONU, tendo início há 10 anos. Segundo mostrou o relatório, “Os três avanços mais importantes foram os da Sérvia, Bulgária e Romênia. Os retrocessos mais fortes aconteceram com Líbano, Venezuela e Afeganistão”.


Vista da cidade de Helsinki, capital da Finlânida, que está na primeira colocação no Ranking da Felicidade 2022. (Foto: Ints Kalnins/Reuters/g1)


Com uma escala que vai até 10, a Finlândia, com 7,82, superou países vizinhos como Dinamarca e Suíça, além de estar na frente de Islânida e Holanda, formando o grupo dos cinco países mais felizes do mundo.

Relatório mostrou resultado inédito durante a pandemia

Baseado nos dados dos últimos dois anos, na pandemia de Covid-19, o relatório mostrou algo inesperado.

Segundo John Helliwell, um dos editores fundadores do relatório, para a CNN Travel, “A grande surpresa foi que, globalmente, de forma descoordenada, teve um aumento muito grande em todas as três formas de benevolência que são questionadas na Gallup World Poll”.

“Doar para caridade, ajudar um estranho e voluntariado estão em alta, especialmente a ajuda a estranhos em 2021, em relação a antes da pandemia ou a 2020, aumentou em todas as regiões do mundo”, afirma Helliwell, professor emérito da Vancouver School of Economics, University of British Columbia. A média global das três medidas saltou cerca de 25% em 2021, em comparação com os níveis antes da pandemia, segundo o relatório.

Confira a lista dos 10 países mais felizes do mundo:

  1. Finlândia
  2. Dinamarca
  3. Islândia
  4. Suíça
  5. Holanda
  6. Luxemburgo
  7. Suécia
  8. Noruega
  9. Israel
  10. Nova Zelândia

O relatório é formado através das pesquisas que questionam as pessoas sobre a sensação de felicidade. A partir disso, cruzam as informações com dados do PIB, níveis de corrupção, liberdade individual e econômica, entre outros tipos de dados.


Pessoas reunidas para beber em Helsinki durante um dia ensolarado, em junho de 2020. Finlândia foi classificada como país mais feliz do mundo pelo quinto ano consecutivo. (Foto: Reprodução/AFP/Getty Images/CNN)


Como afirmou um dos coautores, Jeffrey Sachs, “A lição obtida do relatório, nestes dez anos, é que a generosidade entre as pessoas e a honestidade dos governos são cruciais para o bem-estar”. E ele completa, “Os líderes mundiais deveriam levar isto em consideração”.

Foto destaque: bandeira da Finlândia. Reprodução/geo5.net

Proposta que cria programa habitacional para policias e bombeiros é sancionada

A proposta que permite a criação de um programa habitacional, focado para profissionais de segurança pública, e prevê subsídios para estes comprarem ou construírem a casa própria, foi transformada em lei pelo presidente Jair Bolsonaro. O texto foi aprovado no dia 16 de fevereiro pelo Senado.

Intitulado de “Habite Seguro”, o programa foi observado pelos parlamentares como um movimento político do presidente Bolsonaro para agradar os integrantes das forças de segurança.


Vídeo mostra algumas características do programa “Habite Seguro”. (Foto: Reprodução/TV Brasil/Youtube)


Quando apresentou o texto como uma Medida Provisória, em setembro de 2021, a justificativa do governo foi que esses profissionais, como policiais, “sofrem com problemas de moradia em locais violentos e inadequados ao bom desempenho das atribuições dos cargos de segurança pública que ocupam”.

Regras

O texto conta com condições específicas para aquisição da casa própria para diversas categorias de profissionais da área de segurança, sejam esses ativos, inativos, reformados ou na reserva remunerada.

Condições proibidas pelo texto

  • reforma, ampliação, conclusão ou melhoria de imóvel;
  • aquisição de terra nua, dissociada da construção de imóvel em prazo superior a 2 (dois) anos, contado da data de assinatura do contrato de financiamento habitacional pelo beneficiário;
  • aquisição ou construção de imóveis rurais, ou comerciais

Para quem é destinado o programa

  • policiais integrantes da polícia federal, da polícia rodoviária federal, das polícias civis, das polícias penais e das polícias militares: ativos e inativos, da reserva remunerada; reformados; e aposentados
  • bombeiros integrantes dos corpos de bombeiros militares: ativos; e inativos, da reserva remunerada; e reformados
  • agentes penitenciários, peritos e papiloscopistas integrantes dos institutos oficiais de criminalística, de medicina legal e de identificação: ativos; inativos; e aposentados;
  • integrantes das guardas municipais, observado o disposto na Lei nº 13.022, de 8 de agosto de 2014: ativos; inativos; e aposentados;
  • agentes socioeducativos concursados;
  • agentes de trânsito concursados; e
  • policiais legislativos

É previsto pelo texto quem também tem o direito ao Habite Seguro: o dependente do cônjuge do profissional beneficiário falecido em razão do exercício do cargo.

Restrições

Para os agentes de trânsito e socioeducativos, guardas municipais, policiais legislativos, o parecer veda o acesso à subvenção econômica destinada aos beneficiários.

Nesse caso, será permitido somente o acesso às outras condições especiais de crédito imobiliário, ficando a critério dos bancos. Logo, na prática, serão categorias que terão um acesso diferente das outras.

 

Foto destaque: programa Habite Seguro. Divulgação/Sindipol

Museu do Amanhã retoma ao programa de gratuidades às terças

Foi anunciado pelo Museu do Amanhã que o programa de gratuidades às terças-feiras retornará este ano. O benefício entrou em vigor hoje, 15, e os ingressos devem ser adquiridos através do site Eventim.

Para poder entrar no museu, será necessária a apresentação do vale pelo celular ou impresso. O agendamento dos bilhetes tem dia e horários marcados, de modo a controlar a quantidade e circulação de pessoas e evitar aglomerações.


Museu do amanhã retorna com o programa de gratuidades neste ano. (Foto: Divulgação/Tomaz Silva/Agência Brasil)


A compra de ingressos no próprio museu não será possível e a apresentação do certificado de vacinação, seja digital ou físico, será obrigatória. A iniciativa de voltar com a gratuidade ocorre do apoio do Grupo CCR, através do instituto CCR.

Programação 2022

Os eventos de 2022 no espaço terão início com um equipamento cultural que promove projetos relacionados a educação, meio ambiente, ciência, saúde e democracia.

A exposição “Amazônia”, de Sebastião Salgado e exposições de “Futuros — Tempos Amazônicos”, que segue em cartaz até junho, estão alinhadas ao tema amplo da regeneração.

Sobre os assuntos de democracia e liberdades, o tema “Amanhãs do Brasil” traz abordagens sobre justiça, educação, justiça climática, informação e cultura. Serão cinco encontros presenciais e abertos ao público, tendo a participação de especialistas em debates nos painéis sobre o contexto da democracia. Dentre os convidados confirmados, estão a cientista Nina da Hora, o jornalista Marcos Luca Valentim, o advogado Cláudio Lins de Vasconcelos, a biomédica Helena Nader e a líder indígena Txai Suruí.

Marcando a Semana do Meio Ambiente, o Museu do Amanhã promoverá, entre os dias 5 e 11 de junho, uma rodada de palestras, painéis, rodas de conversa e uma sessão de documentários sobre temas relacionados ao assunto. Uma temática principal para cada dia:

  • preservação dos oceanos;
  • mudanças climáticas;
  • metrópoles sustentáveis;
  • Baía de Guanabara;
  • ativos sustentáveisl;
  • regeneração floresta.

Foto destaque: entrada do Museu do Amanhã. Divulgação/Bernard Lessa/museudoamanha.org

Com o reajuste da gasolina, motoristas cruzam a fronteira para abastecer na Argentina

Após a Petrobras anunciar o reajuste de 18,8% no preço do combustível, brasileiros em Foz do Iguaçu, oeste do Paraná, enfrentaram filas na quinta-feira, 10, para abastecer na Argentina. No país vizinho, o litro de gasolina custa R$4,50. Na cidade paranaense, alguns estabelecimentos já estão cobrando o litro acima de 7 reais.

Com o intuito de abastecer na Argentina, desde dezembro, motoristas estrangeiros passam por algumas restrições para o abastecimento depois de alguns postos estarem sem gasolina devido à alta demanda.

Atualmente, cada veículo estrangeiro tem um limite de até 15 litros de gasolina por abastecimento, e também contam com restrição de horário. Motoristas de Foz também cruzam a fronteira com o Paraguai, onde o preço médio do combustível é de R$ 5,18 o litro.


Com o reajuste em vigor, motoristas cruzam a fronteira com a Argentina para abastecer. (Foto: Reprodução/Roberto Wolfart/RPC Foz do Iguaçu)


O reajuste da Petrobras

Segundo mostra a nota divulgada pela Petrobras, a alta da gasolina, nas refinarias, será de 18,8%, enquanto o diesel será de 24,9%.

Portanto, hoje, sexta, o preço médio de venda da gasolina para as distribuidoras passa de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro. No caso do diesel, passa de R$ 3,61 para R$ 4,51 por litro.

O preço médio do GLP da Petrobras para as distribuidoras sofreu um reajuste de 16,1% e passa de R$ 3,86 para R$ 4,48 por kg, equivalendo a R$ 58,21 por 13 kg.

O aumento será maior nas bombas dos postos, dado que o preço depende de impostos e das margens de lucro de distribuidores e revendedores. Através de uma nota, o Sindicato dos Revendedores de Combustíveis e Lojas de Conveniências do Estado do Paraná, Paranapetro, fez uma menção ao impacto do preço na população.

“Este é um aumento que terá grande impacto para consumidores, o mercado e a economia em geral. Desde o final de semana algumas distribuidoras já começaram a aumentar os preços de venda para os postos, antes de qualquer anúncio oficial de elevação na Petrobras, alegando uma maior entrada de combustíveis importados no mercado”, explica o documento.

Foto destaque: Reajuste da gasolina. Reprodução/Shutterstock/ Diário do Nordeste

Putin dá indícios de avanços em negociações com Ucrânia, porém não deu detalhes

Nesta sexta-feira, 11, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, indicou avanços positivos nas negociações com a Ucrânia através de uma solução diplomática para o conflito que ocorre atualmente entre os dois países.

“Há alguns desdobramentos positivos lá, como nossos negociadores me relataram”, afirma um de seus principais aliados, após encontro com o presidente de Belarus, Alexander Lukashenko. No entanto, o líder russo não entrou em mais detalhes.

As sanções ocidentais contra Moscou, mais uma vez, foi alvo de críticas de Putin. “Tenho certeza de que vamos superar essas dificuldades e adquirir mais competências, mais oportunidades para nos sentirmos independentes, autossuficientes e, em última instância nos beneficiarmos”, afirmou.


Alexander Lukashenko, presidente de Belarus. (Foto: Reprodução/o globo/Vasily Fedosenko/Reuters)


Tropas russas em Kiev e Mariupol

Após os primeiros confrontos causados pelos bombardeios, em 24 de fevereiro, a guerra entre a Ucrânia e Rússia completou duas semanas. Segundo relatórios de inteligência do Reino Unido, nesta sexta, ataques de tropas russas foram registrados no entorno de Kiev, por onde a Rússia avançou pouco nos últimos dias. Porém, tropas podem estar se reagrupando para voltar a atacar a capital.

Já ao sul do país, uma cidade próxima a Mariupol foi dominada pelos russos, segundo uma agência estatal. No leste, em Kharkiv, segunda maior cidade da Ucrânia e uma das mais devastadas desde o início da guerra, bombardeios foram registrados.

A partir de hoje, também, a Rússia conformou que abrirá cinco corredores humanitários que permite a passagem dos civis, desde que estejam registrados.

Governo Joe Biden

Nos Estados Unidos, o Congresso passa por uma crescente tensão, onde democratas e republicanos pressionando a administração de Biden para ir além na ajuda aos aliados ucranianos. A Casa Branca é alvo de críticas por hesitar em enviar aviões de guerra para a Ucrânia, considerado “absurdo” por senadores.

 

Foto destaque: Vladimir Putin. Reprodução/Sputnik/Alexei Druzhinin/Kremilin via Reuters

Fies abre inscrições hoje; veja as condições para fazer

O Fundo de Financiamento Estudantil, Fies, abre as inscrições a partir de hoje (08). O programa visa estudantes que buscam o ingresso no ensino superior através das instituições privadas. Neste semestre, os estudantes terão acesso a 60% das vagas, ou 66.555, do total previsto para este ano.

Para a inscrição ser efetuada, será necessário ter participado de alguma das edições do Exame Nacional do Ensino Médio, entre os anos de 2010 a 2020. Se tiver uma nota igual ou acima de 450 pontos e nota maior que zero na redação, junto a uma renda familiar mensal de até três salários mínimos por pessoa, o estudante poderá realizar a inscrição.


O ENEM é a única forma de se inscrever no Fies e conseguir o ingresso em uma instituição privada. (Foto: Reprodução/Agência Brasil)


A nova chamada do Fies durará até sexta, 11. As inscrições acontecem duas vezes no ano, e sempre antes do início das aulas em cada semestre. Para a concessão de linhas de financiamento, o valor liberado pelo Governo Federal será de R$ 5,64 bilhões, 35% menor do que o valor em 2020. O Ministério da Educação, MEC, lançou o Portal Único de Acesso ao Ensino Superior, onde contém informações sobre o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), Fies e o Programa Universidade para Todos (Prouni).

Renegociação de dívidas do Fies

Quem aderiu ao financiamento e deseja renegociar a dívida tem a possibilidade de regularizar os débitos desde ontem, 7. Os estudantes com contratos firmados até 31 de dezembro de 2017, com parcelas em atraso há mais de 90 dias considerando a data de publicação da MP, em 30 de dezembro de 2021, podem realizar a solicitação.

Outra condição para pedir é acerca do contrato estar em fase de amortização, quando há o término da fase de carência e o saldo devedor do estudante é parcelado em até três vezes o período financiado da duração regular do curso.

Para quem está com o contrato atrasado entre 90 e 360 dias terá desconto para a quitação de 92% do valor total da dívida. O percentual só se aplica para quem utilizou o recurso e foi atendido pelo Auxílio Emergencial de 2021, ou quem estava cadastrado no Cadastro Único em 30 de dezembro de 2021, representando mais de 540 mil estudantes inadimplentes. A renegociação é feita pelo Banco do Brasil e pela Caixa Econômica Federal. O prazo é até 31 de agosto.

Foto destaque: Fies. Reprodução/fies2022

Aranhas gigantes asiáticas ameaçam invasão à Nova York

Diretamente do leste da Ásia, uma espécie de aranha voadora e gigante vem deixando moradores e proprietários de terra, nos estados da Geórgia e da Carolina do Sul, preocupados, podendo se espalhar pela costa leste dos Estados Unidos, chegando até Nova York.

Mesmo que, historicamente, tenham se reproduzido em estados americanos mais quentes, por quase uma década, a espécie que tem o nome de Joro — tendo o tamanho de uma palma da mão — poderá colonizar as regiões com climas mais frios, como mostra os cientistas.

Esse é o alerta de um estudo publicado na revista Physiological Entomology, que estuda o metabolismo e o potencial de distribuição da espécie, levada ao país nos anos de 2013, no deslocamento de contêineres entre os Estados Unidos e o Japão.

As aranhas conseguem tecer suas teias douradas sobre plantações, árvores, linhas de energia e até em varandas de casas. No estado da Geórgia, há relatos de teias com até 3 metros de profundidade foram encontradas no quintal. As cenas descritas foram comparadas ao clássico do terror “Aracnofobia”.

Contudo, seguindo um caminho diferente das aranhas do filme, as “Joro Spiders” não são assassinas, embora tenham veneno, mas sua picada é demais para conseguir penetrar a pele humana ou de animais de estimação. Tampouco, são consideradas uma ameaça à ecologia, sendo um motivo para não haver grandes esforços em conter o avanço. As aranhas servem até como fonte de alimento para predadores, como os pássaros.


Aranhas Joro na palma da mão. Segundo Andy Davis, o convívio com as aranhas será algo comum.  (Foto: Divulgação/um só planeta)


Segundo Andy Davis, coautor do estudo e pesquisador da Odum School of Ecology, em um comunicado: As pessoas devem tentar aprender a viver com elas. Se elas estiverem literalmente no seu caminho, você pode até mover a teia para baixo ou para o lado, mas elas estarão de volta no próximo ano”, complementou.

“A meu ver, não há sentido em excesso de crueldade onde não é necessário”, acrescenta Benjamin Frick, que também é coautor do estudo e pesquisador da Escola de Ecologia.  “Você tem pessoas com armas de água salgada atirando nas árvores e coisas assim, e isso é realmente desnecessário”, completa.


Teias da aranha Joro se espraiam no ambiente (Foto: Divulgação/um só planeta)


Um dos pontos fortes da aranha está no seu metabolismo, mais rápidos que espécies “primas” endêmicas dos Estados Unidos, ajudando-a suportar temperaturas mais baixas e favorecendo seu deslocamento para as regiões mais frias.

A “aptidão” para viagens também é uma razão que favorece sua dispersão. Segundo os cientistas, filhotes praticam algo parecido ao “balonismo”, o momento em que usam sedas de teias para carregá-los com ajuda do vento para novos locais.

O fator humano também contribui para esse movimento. “O potencial dessas aranhas se espalharem pelos movimentos das pessoas é muito alto”, explica Benjamin Frick, pesquisador do projeto, ao site NPR.

 

Foto destaque: Aranha Joro. Divulgação/11Alive

Dispensa de algumas exigências para viajantes vindos da Ucrânia é recomendada pela Anvisa

Nesta quinta-feira, em documento enviado à Casa Civil da Presidência da República, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, ANVISA, recomendou a flexibilização das condições de entrada no Brasil para as pessoas que retornam da Ucrânia, seja por voos de repatriação ou outros meios. A Ucrânia foi invadida pela Rússia, iniciando uma guerra há uma semana.

Segundo a Anvisa, uma “situação excepcional fundada em notória situação humanitária decorrente de estado de guerra em curso” é justificativa para a dispensa da exigência do comprovante de vacinação, preenchimento da Declaração de Saúde do Viajante, DSV, e testagem pré-embarque. Contudo, a agência ainda sugere que testes sejam disponibilizados assim como vacinas para não imunizados.

Essas regras de restrição temporária e excepcional para o ingresso no país através de rodovias, aeroportos ou portos são de responsabilidade da Casa Civil, dos ministérios da Saúde, Justiça e Segurança Pública, e de Infraestrutura. A adoção da medida deve ter recomendação técnica e fundamentada da Anvisa.


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Sobre os voos de repatriação, seja em avião militar ou comercial, a Anvisa recomenda o uso de máscaras de proteção em todos os viajantes, inclusive em tripulantes, com preferência às máscaras do tipo N95 ou PFF2 durante todo o voo; também exige que a tripulação esteja com o esquema vacinal completo contra a Covid-19 e realize teste para o rastreio de infecção pelo Sars-Cov-2 prévio ao embarque no Brasil.

Os passageiros que apresentarem sintomas do vírus durante o voo ou tenham o teste dado como positivo devem ser acomodados para manter o distanciamento dos demais passageiros. Não vacinados farão uma quarentena na cidade de destino.

Para os voos convencionais, pessoas que são da região de conflito que não foram vacinadas farão quarentena na cidade de destino; preencherão a DSV, quando possível; manterão o uso de máscaras faciais, N95 ou PFF2; junto às demais orientações preventivas.

A agência também pede para ser informada da chegada de voos de repatriação. Segundo mostra na nota, a Anvisa efetuará a triagem, acolhimento e o encaminhamento conforme a situação de saúde do viajante. Como mostra o comunicado, “Destaca-se que a Anvisa sugeriu que seja oferecida a possibilidade de testagem aos viajantes e, adicionalmente, que sejam ofertadas vacinas aos que ainda não estiverem imunizados”.

 

 

Foto destaque: Reprodução/Dimitar Dilkoff/AFP

O centro de Kharkiv, Ucrânia, após os bombardeios russos

Em Kharkiv, Ucrânia, a histórica Praça da Independência de Kharkiv, agora, é um monte de escombros e detritos. Cabos de eletricidade que caíram e o prédio da administração regional dão um tom fúnebre e pessimista no local. Logo a frente, um carro queimado junto a restos da barraca com a lona nas cores da bandeira ucraniana — amarela e azul — recentemente ocupada por voluntários que ajudavam civis afetados pela guerra em Donbass. Mijail Ignatienko, em um canto da grande praça deserta, se apoia em duas muletas, observando os restos de sua mercearia, destruída por um ataque de mísseis das forças enviadas pelo presidente russo.

“Agora sofremos, mas vamos vencer”, diz o homem de 59 anos, com lágrimas nos olhos.

As tropas russas pressionam Kharkiv, segunda maior cidade do país em população, com 1,5 milhão de habitantes, onde a maioria são falantes russos, é alvo prioritário de Putin, que busca tomar a cidade e ganhar controle do Leste da Ucrânia, facilitando um movimento na região de Donbass. O chefe do Kremlin afirma proteger esses cidadãos durante a ofensiva.

Como uma forma de proteger a cidade da ofensiva russa, o Exército ucraniano e milícias formadas por cidadãos resistem e patrulham as ruas do centro com fuzis e pedem documentação aqueles poucos que transitam. Em uma tentativa que sufocar a cidade, o Kremlin aumentou a intensidade de seus ataques nos últimos dias. Mesmo garantindo não atacar alvos civis, há relatos de ataques contra áreas residenciais e infraestrutura civil. Essa ofensiva já deixou dezenas de feridos e 21 mortos.

“Esta não é uma questão política ou econômica. Esta é uma guerra só porque Putin odeia os ucranianos”, afirma Olga Volkova, professora de 42 anos, que caminha apressadamente pelo centro da cidade, lugar onde há um mês havia uma pista de patinação no gelo, tendo famílias e casais se divertindo.

Vestindo um chapéu, puxado até as sobrancelhas, se protegendo da garoa fria que cai sobre Kharkiv nesta quarta-feira, afirma ter tentado ingressar na milícia das Forças de Defesa Territoriais, porém não foi aceita.

“Eles só aceitam pessoas experientes, então não me deram uma arma, mas estou me voluntariando”, explicou a professora.

Volkova ajudou também com a marquise destruída na Praça da Independência, e foi transformada em um memorial aos soldados ucranianos mortos na guerra de Donbass contra separatistas a favor da Rússia, apoiados pelo Kremlin, onde os voluntários estão à procura de outro local.


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Cicatrizes do bombardeio estão presentes em Kharkiv, cidade de onde os carros saem e abandonam possíveis locais de ataques aéreos, e postos de controle fortemente armados são encontrados a cada poucos quilômetros. 

Aqueles que ficam fazem grandes filas em açougues, farmácias e nos poucos mercados que estão abertos. Esses procedimentos devem ser realizados o mais rápido possível, antes do toque de recolher que começa às três da tarde, explica o vendedor de 35 anos, Rostislas Suranov, que também diz que alguns bairros começaram a ter alguns problemas com o fornecimento de eletricidade, água e aquecimento.

“É a tática para nós sairmos ou nos rendermos. Mas esta é nossa terra e nossa cidade e eles, além de invasores, são covardes”, afirma o vendedor.

Román Semenuja, vice-governador de Kharkiv, acredita que a intenção de Putin é de assustar os habitantes.

“Eles não podem entrar na cidade porque toda vez que tentam nós os atingimos, então eles procuram espalhar o pânico com ataques de mísseis, atingindo infraestruturas críticas e áreas residenciais”, afirmou à televisão local. “Eles querem nos desmoralizar”, completou.

Na quarta-feira, o Kremlin mandou uma equipe de paraquedistas que tentou ocupar um hospital militar. Tropas ucranianas impediram o ataque após os intensos combates urbanos. Na noite do mesmo dia, outro ataque à cidade atingiu a catedral de Uspenski.

Ainda na quarta, pela manhã, após o toque de recolher, um ataque das forças da Rússia atingiu o Departamento Regional de Polícia e a Faculdade de Sociologia da Universidade Nacional de Karmazin, causando um incêndio. Cinco pessoas ficaram feridas na hora da explosão, que espalhou pedaços de cimento, estilhaços, vidro e papel por toda a área.

Kharkiv, antes da ofensiva, era um centro próspero com novas tecnologias e um ponto de intercâmbio para estudantes internacionais e também um foi um fórum educacional importante durante os tempos soviéticos. A cidade era vista como um bastião das posições pró-Rússia e ocupada, por alguns dias em 2014, por separatistas apoiados pelo Kremlin, que do outro lado da fronteira, declararam a “República Popular de Kharkiv”. Nos últimos anos, a cidade girou para uma direção mais ocidental, assim como quase todo o país.

Quando a Rússia continuava a acumular tropas pelas fronteiras com a Ucrânia, há um mês, e o discurso anti-ocidente do Kremlin e contra Kiev endurecia, grande parte dos habitantes de Kharkiv não acreditavam nessa escalada do conflito. A área não é distante de Donbass, logo eles se acostumaram a viver sob ameaça russa, explica Natalia Skivina, que se organizou junto a alguns amigos para limpar o estrago causado pela ofensiva.

“Estou muito brava. Estão atacando prédios civis com pessoas dentro”, desabafa.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, no final de janeiro, disse que Kharkiv seria uma das primeiras opções do cardápio de Putin na Ucrânia, e que Moscou poderia desejar ocupar a cidade e derrubar o governo, mas muitos pensaram que ele estava exagerando.

Não foi exagero. Quando o líder russo anunciou a “operação militar” para “desnazificar” a Ucrânia, protegendo a população de língua russa de discriminação, os ataques a Kharkiv foram mantidos. Começou com as instalações militares; seguiu, em enclaves estratégicos, com usinas de energia; agora, avança em áreas residenciais.

Pelo oeste da cidade, próximo à estação de metrô Jolonda Gora, e conhecida por seus relevos de cenários comunistas, Andrei e Svetlana Derkaya caminham sobre vidro, tentando recuperar painéis metálicos das paredes de um pequeno shopping center, prestes a colapsar devido aos bombardeios de segunda-feira. Parte de um bairro de classe média trabalhadora, a área foi gravemente afetada pelos ataques de Putin: vidros quebrados, prédios sem telhado e carros queimados.

Perto de um instituto de cadetes, um homem tenta recolher seus pertences do que resta de sua casa, enquanto outro protege, com um grande saco plástico, o único cômodo da casa coberto. Eles perderam tudo.

“Putin é um criminoso”, diz Derkaya. “Ele diz que é um salvador, mas só gosta de destruição”, completa.

Foto destaque: Kharkiv, Ucrânia. Reprodução/Sergey Bobok / AFP

Ucrânia x Rússia: como saber se fotos e vídeos são legítimos e atuais?

A crise entre a Ucrânia e Rússia é um terreno fértil para a desinformação. Não é preciso procurar muito para encontrar diversos vídeos e fotos, falsos, que mostram o conflito em tempo real. Isso acontece ainda mais nas redes sociais. Porém, jornalistas investigativos, organizações de imprensa e verificadores de fatos estão reagindo a isso, com suas ferramentas para ajudar a distinguir entre o que é real e o que é falso nessa invasão à Ucrânia. Veja alguns passos a seguir para se blindar de notícias falsas:

  • Verificação da fonte

Estamos em uma época onde muitas pessoas recorrem às redes sociais para obter notícias. Por isso, é muito importante verificar suas fontes. A organização de notícias é respeitável? Você consegue encontrar as mesmas imagens em algum outro lugar, acompanhadas por descrições similares? Se as respostas forem positivas, provavelmente a imagem ou vídeo sejam reais.

Algumas pessoas possuem credibilidade quando o assunto é a crise entre os países — você precisa verificar suas credenciais. Pessoas como Elliot Higgins é um bom exemplo. Sua organização, Bellingcat, fez uma planilha com um compilado sobre os eventos relacionados ao conflito entre a Ucrânia e Rússia.

Outro exemplo é a conceituada organização de notícias Nieman Lab, que também preparou um artigo que inclui algumas fontes confiáveis para as pessoas que desejam acompanhar esse conflito.

  • Reverter a pesquisa de imagens

Muitas das imagens e vídeos do conflito postados em redes sociais são, em grande parte, falsos. Pessoas compartilham vídeos de anos atrás ou de conflitos totalmente diferentes, em alguns casos. Tem casos em que você pode verificar com os próprios olhos, por exemplo, se a imagem em questão parece antiga. Nesse caso há grandes chances de ser falsa.

Outra forma confiável de verificar quando essa mídia foi postada é reverter a pesquisa de imagens. The News Literacy Project, uma organização sem fins lucrativos, contém um tutorial em vídeo sobre como fazer isso.

Isso é algo simples. Pode fazer essa pesquisa reversa de imagens via Google indo em Imagens no canto superior direito da plataforma. Clicando no ícone da câmera, na barra de pesquisa, há duas maneiras de pesquisar: URL da imagem ou pelo arquivo que deseja pesquisar.

Se quer usar a URL da imagem, clique com o botão direito do mouse na imagem e clique na opção “Copiar endereço de imagem”. Cole o link em “Pesquisar por imagem” no Google e o buscador procurará a imagem em toda a web.

É possível pesquisar no Google via Upload: Após salvar a imagem em navegar até a pasta onde está salva, selecione o arquivo e o Google fará o trabalho de pesquisa de imagem reversa.

Verifique os resultados da busca, e considere que o resultado inicial do Google não é necessariamente algo em que se pode confiar. Se você observar as “imagens visualmente semelhantes”, poderá ver se a foto está em um site respeitável, como em um site de organização de checagem dos fatos ou uma grande fonte de notícias.

Se quer ter mais certeza, pode comparar sua pesquisa do Google com outras ferramentas de pesquisa de imagens, como o TinEye.


Bombeiro ucraniano entre fragmentos de uma aeronave, derrubada, em Kiev, Ucrânia, no dia 25 de fevereiro (Foto: Reprodução/Forbes)


  • O que você pode fazer para combater as notícias falsas relacionadas à guerra?

Cada indivíduo tem a responsabilidade de ajudar na prevenção à desinformação. Você pode fazer parte compartilhando matérias como esta, em que ensina a desmascarar vídeos e imagens possivelmente falsas. Junto a isso, verifique cada uma de suas fontes — não divulgue nada nas mídias sociais se você não consegue provar ser real.

Seguir pessoas confiáveis em diferentes redes sociais é um começo. Certifique-se de verificar diversas vezes, em diferentes lugares, antes de compartilhar. Se tiver dúvida, não poste a informação, e sempre questione outras pessoas que não possam provar de onde surgiram suas postagens.

Foto destaque: Reprodução/deutschland.de/gesrey — stock.adobe.com