Sobre Matheus Santos

Jornalista em formação pela UNESP, apaixonado por contar histórias. De ouvidos atentos diante da efervescente cena musical brasileira, com interesse especial por cultura, sociedade e suas complexidades.

Novas diretrizes reformulam ensino de medicina no Brasil

Na segunda-feira (29), o Ministério da Educação (MEC) oficializou as novas Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de Medicina. Elaborado pelo Conselho Nacional de Educação e aprovado em agosto, o texto redefine os parâmetros da graduação médica no Brasil, substituindo as orientações que estavam em vigor há quase uma década.

Formação integrada ao SUS e prática desde o início

As novas diretrizes destacam a aproximação com o SUS (Sistema Único de Saúde) e determinam que os alunos tenham contato com a prática médica desde o início da graduação, passando da atenção primária até contextos mais complexos, como unidades de terapia intensiva. A proposta busca formar profissionais capazes de atuar em todas as etapas do cuidado, abrangendo desde ações preventivas até processos de reabilitação.

“Esse é mais um passo importante garantir a qualidade da formação em medicina. As diretrizes olham para a saúde mental, a tecnologia e as questões de inclusão, com base na realidade que estamos vivendo”, afirmou o ministro da Educação, Camilo Santana.

Criação do Enamed

Outra medida prevista é a implementação do Enamed (Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica), que deverá ser aplicado no quarto ano da graduação, antes do início do internato. A avaliação terá como objetivo unificar parâmetros de aprendizagem, identificar possíveis defasagens e permitir ajustes no processo formativo. Instituições com resultados insatisfatórios poderão passar por monitoramento específico e receber visitas presenciais de acompanhamento.

Estrutura do exame

De acordo com o MEC, o exame seguirá diretrizes semelhantes às do Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes), levando em conta as DCNs, normas complementares e legislações relacionadas ao exercício da medicina.

A estrutura da prova será inspirada na matriz de referência do Enare (Exame Nacional de Residência) e contará com 100 questões de múltipla escolha. O conteúdo irá contemplar conhecimentos, habilidades e competências distribuídos entre diferentes áreas da prática médica, como clínica geral, cirurgia geral, ginecologia e obstetrícia, pediatria, além de saúde mental e coletiva.

Exigências de infraestrutura e inclusão

Além disso, as novas regras estabelecem padrões mais rigorosos de estrutura e funcionamento para os cursos de medicina. As instituições deverão contar com laboratórios modernos de simulação clínica, investir de forma contínua na formação de seus professores e manter programas permanentes de capacitação. Outro ponto de destaque é a promoção da diversidade e do cuidado integral aos estudantes, com a exigência de políticas de inclusão, oferta de núcleos de apoio psicossocial e implementação de iniciativas de mentoria e acompanhamento em saúde mental.


O documento surge a partir de um amplo processo de diálogo com a sociedade e marca um novo capítulo na formação médica no Brasil (Foto: reprodução/MEC)

Temas contemporâneos na formação médica

O documento também incorpora pautas emergentes no cenário global, incluindo o uso de inteligência artificial na saúde, a análise de grandes volumes de dados, o impacto das mudanças climáticas e a busca por práticas sustentáveis. Para o ministro da Educação, Camilo Santana, a intenção é alinhar a formação médica “às transformações da sociedade e às demandas atuais da saúde”.

“A atualização das diretrizes é uma iniciativa necessária para acompanhar as transformações da sociedade; é mais um passo importante para garantir a qualidade da formação em medicina. As diretrizes olham para a saúde mental, a tecnologia e as questões de inclusão, com base na realidade que estamos vivendo”, disse Santana.

Participação social no processo

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ressaltou que a homologação representa “um grande salto” para a área médica e lembrou que o processo de atualização das diretrizes foi construído de forma participativa, a partir de consultas públicas, audiências e encontros com universidades, entidades da categoria e representantes da sociedade civil.

“A aprovação das novas diretrizes permite alinhar a educação médica às necessidades sociais de saúde, ao fortalecimento do SUS e aos desafios contemporâneos ao incorporarem temas como inteligência artificial, análise de dados em larga escala, mudanças climáticas e sustentabilidade”, acrescentou Padilha.

Expansão dos cursos e fiscalização

A revisão das regras ocorre em meio à expansão acelerada dos cursos de medicina nos últimos anos, muitos deles com avaliações insatisfatórias. Tanto o MEC quanto o Ministério da Saúde anunciaram medidas conjuntas para elevar o padrão de qualidade da formação médica, em resposta ao expressivo crescimento do número de graduações entre 2017 e 2022. A preocupação é que essa oferta ampliada seja acompanhada por mecanismos eficazes de fiscalização e garantia de excelência.

Penalidades a partir do ano que vem

A partir de 2026, instituições com desempenho insuficiente que não atenderem às novas exigências estarão sujeitas a sanções que vão desde acompanhamento especial até o fechamento do curso, caso persistam os problemas.

Entenda o conceito de cidade-esponja de Kongjian Yu, morto em acidente aéreo no Brasil

Um avião de pequeno porte caiu na zona rural de Aquidauana, em Mato Grosso do Sul, na noite desta terça-feira (23), resultando na morte de quatro passageiros. Entre as vítimas estava o arquiteto chinês Kongjian Yu, idealizador do conceito de cidades-esponja e referência mundial em urbanismo e paisagismo.

Yu estava no Brasil desde o início do mês para participar da Conferência Internacional do Conselho de Arquitetura e Urbanismo, em Brasília, e da Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo. Além dele, faleceram o cineasta brasileiro Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz, o documentarista Rubens Crispim Jr. e o piloto Marcelo Pereira de Barros. Segundo a Olé Produções, empresa em que Luiz Ferraz e Rubens Crispim atuavam, o grupo estava no Pantanal gravando o documentário “Planeta Esponja”.

Resgate e investigação do acidente

A operação de resgate durou aproximadamente nove horas devido à dificuldade de acesso ao local e à distância, mobilizando três militares e uma viatura. Conforme o Corpo de Bombeiros, a aeronave caiu enquanto tentava pousar na fazenda Barra Mansa. Até o momento, as causas do acidente ainda não foram esclarecidas.

Segundo o Registro Aeronáutico Brasileiro da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), o avião estava registrado em nome do piloto. O documento indica que a aeronave estava com a aeronavegabilidade em dia, mas não possuía autorização para operar como táxi aéreo.

Cidades-esponja: uma cidade que absorve a água

O conceito de cidades-esponja, desenvolvido por Kongjian Yu, foi incorporado como política nacional na China em 2013. A proposta utiliza infraestrutura verde para criar áreas alagáveis, como lagos e parques, e aplicar pavimentos permeáveis, reduzindo a dependência de sistemas tradicionais de drenagem.

Surgido como resposta às enchentes, o modelo adapta a arquitetura paisagística para absorver a água das chuvas e devolvê-la aos rios e oceanos de forma controlada. Com o uso de vegetação nativa e solos permeáveis, a técnica diminui a necessidade de concreto e cria espaços urbanos onde a água pode escoar naturalmente, evitando inundações.

Além de prevenir enchentes, o método de Yu transforma o espaço urbano em áreas arborizadas, com cursos d’água regulados, criando novos pontos de convivência e turismo.


Vista aérea do Parque alagável Yanweizhou, em Jinhua, China. Em períodos de seca, a área de retenção se transforma em espaço de lazer (Foto: reprodução/ Turenscape)

Como funciona a cidade-esponja

Diferente da gestão tradicional de enchentes, que busca canalizar a água rapidamente por canos ou reforçar margens com concreto, a cidade-esponja retém a água da chuva e desacelera seu escoamento.

O método de Kongjian Yu se baseia em três estratégias principais:

  • Reter a água no solo: grandes áreas permeáveis, lagos artificiais, açudes e telhados verdes absorvem a água assim que ela toca o solo. Valas com vegetação e camadas de solo poroso também ajudam nesse processo.
  • Desacelerar o fluxo da água: rios sinuosos, várzeas e cursos d’água vegetados reduzem a velocidade da água, evitando que ela cause destruição.
  • Criar áreas alagáveis: espaços destinados a receber o excesso de água sem danificar construções, garantindo que enchentes sejam controladas de forma natural.

Durante sua visita ao Brasil, Yu destacou que suas estratégias poderiam ser implementadas em cidades como Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre, sendo esta última frequentemente atingida por enchentes históricas. O modelo de cidade-esponja propõe reorganizar a gestão das águas pluviais, fortalecendo a resiliência ambiental e criando áreas verdes para lazer e convivência urbana.

Rayane é desmascarada pelo VAR após treta com Yoná e público pede eliminação com rejeição

Os primeiros dias de confinamento em “A Fazenda 17” foram marcados por tensão e polêmicas. Na última quarta-feira (17), uma discussão acalorada entre Rayane Figliuzzi e Yoná Sousa terminou com um copo de água sendo arremessado no rosto da instrutora.

O conflito começou quando Yoná acusou Rayane de querer humilhá-la ao colocá-la na função de cuidar do lixo da casa. A namorada do cantor Belo negou a intenção e retrucou: “É um sonho te colocar no lixo, mas acho que não pode. Mas nunca falei que vou te humilhar, nunca falei que vou misturar lixo”, afirmou Rayane. Yoná então a questionou diretamente: “Não falou?”.

Na edição desta quinta-feira (18), a produção decidiu intervir e exibiu o famoso VAR (árbitro assistente de vídeo), revelando a fala exata de Rayane em conversa com aliadas.

Assista ao momento revelado pelo VAR

O recurso surpreendeu os peões e também o público, já que trouxe clareza sobre a fala de Rayane e reforçou a tensão entre ela e Yoná. A intervenção da produção com o VAR deu mais peso à discussão e aumentou ainda mais a repercussão do episódio nas redes sociais.


Cenas da discussão entre Rayane e Yoná em A Fazenda 17 (Vídeo: reprodução/Instagram/@afazendarecord)


No vídeo, fica claro que Rayane expressou a intenção de provocar Yoná ao dizer que queria colocá-la na função do lixo, jogando molho de tomate e misturando todos os resíduos, para que ela fosse obrigada a separar item por item. ‘Eu ia amar’, afirmou a peoa.

Reação nas redes

Nas redes sociais, a repercussão do caso foi imediata e bastante intensa. Muitos internautas se revoltaram com a postura de Rayane e pediram sua saída do programa com alta rejeição. Um usuário chegou a ironizar a situação dizendo que “nem o ex-marido dela aguenta, imagina a gente”, enquanto outro relembrou um padrão comum em realities: “a história se repete, todos contra um, e esse um vira campeão”. Já um perfil mais direto criticou duramente a peoa: “Quer negar comida, xinga e depois chora. Tirem essa @rayfigliuzzi com rejeição!”.

Apesar da avalanche de críticas, Rayane também recebeu apoio de parte do público, que voltou sua atenção contra Yoná. Alguns espectadores acreditam que a instrutora está exagerando nos conflitos e pode acabar prejudicando sua imagem. “Yoná está forçando demais”, comentou um usuário, enquanto outro disse que ela “inferniza todo mundo e depois se faz de vítima”. Com isso, dentro e fora da sede, a treta continua rendendo debates acalorados, e o público já começa a tomar seus lados nessa disputa.

A Fazenda 17: Sem tomar banho, Dudu Camargo vira piada entre peões

O humorista Toninho Tornado criticou a falta de higiene de Dudu Camargo em A Fazenda 17 e gerou repercussão entre os peões. Durante uma conversa, ele sugeriu, em tom de brincadeira, que Yoná Sousa desse um banho no jornalista. “Joga ele naquele chuveiro”, disse Tornado, alertando que Dudu já estava há dois dias sem se lavar. “Se chegar no terceiro dia, infelizmente vou pedir… Esse cavalo da baia pode desmaiar com ele lá dentro”, ironizou.

O comentário gerou reações imediatas dos demais participantes e até comparações com edições anteriores de outro reality. Fabiano Moraes, pai da influenciadora Viih Tube, participante do BBB 21, relembrou: “A minha [filha] que não tomava banho no outro programa, agora tem o outro aqui”. Outros peões concordaram com Toninho. “Ele está todo ensebado”, reclamou o humorista, enquanto Moraes acrescentou: “Está há três dias com o mesmo pijama”.

Pedido inusitado e reações divertidas

Toninho reforçou seu apelo a Yoná, dizendo: “Viu, querida? Como vocês se dão bem, ele é quase seu patrão… tenta dar um banho nele. Joga ele naquele chuveiro”. A instrutora respondeu em tom bem-humorado: “Vou pegar um balde de água e jogar nele”. Tornado ainda comentou sobre a resistência de Dudu: “Acho que ele tem problema com água gelada”, ao que Yoná rebateu: “Mas ele está esquentando água pra tomar [banho]”.

Conversas continuam ao longo do dia

A situação virou tema recorrente entre os peões. Rayane Figliuzzi comentou com Gabily: “Ele está há três dias sem tomar banho”, e a cantora ficou surpresa: “Mas será que ele não está tomando mesmo? Como pode?”. Rayane lembrou que esse tipo de comportamento já aconteceu em outras edições: “A Viih Tube não ficava sem tomar banho? Ainda mais aqui, que ninguém tem vergonha da exposição. A Gaby [Spanic] também toma banho um dia sim, um dia não. Ela disse que vai seguir assim até o final”.


Após quatro dias, Dudu Camargo decidiu tomar banho e divertiu os peões (Foto: reprodução/Record)

Histórico polêmico de Dudu Camargo

Vale lembrar que essa não é a primeira vez que a higiene de Dudu Camargo vira assunto. Quando ainda era apresentador no SBT, ele foi demitido após episódios polêmicos, como defecar no camarim e esconder a toalha usada para se limpar atrás do micro-ondas.

Senado autoriza venda de medicamentos em supermercados

A Comissão de Assuntos Sociais do Senado aprovou nesta quarta-feira (17) o projeto de lei que autoriza a instalação de farmácias em supermercados. De autoria do senador Humberto Costa (PT-PE), o projeto foi aprovado em caráter terminativo, ou seja, não precisa passar pelo plenário do Senado, a menos que haja recurso de, no mínimo, nove senadores para que isso ocorra. Caso não haja esse pedido, o texto segue diretamente para a Câmara dos Deputados.

A proposta foi apresentada como substitutivo ao Projeto de Lei 2.158/2023, do senador Efraim Filho (União-PB), e modifica pontos importantes da legislação atual sobre o comércio de medicamentos.

O que muda com o projeto?

O texto altera a Lei nº 5.991/1973, que trata do controle sanitário de medicamentos e outros produtos farmacêuticos. A versão original previa que medicamentos isentos de prescrição médica poderiam ser comercializados diretamente nas prateleiras dos supermercados, com acompanhamento de farmacêuticos. No entanto, após três audiências públicas, o relator Humberto Costa reformulou o texto.


Prateleiras com medicamentos (Foto: reprodução/ Bloomberg /getty images embed)


Agora, a proposta permite a instalação de drogarias completas dentro de supermercados, em espaços separados, respeitando todas as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A mudança foi considerada mais segura e tecnicamente adequada pelo relator, pois busca equilibrar o aumento do acesso da população aos medicamentos com a proteção à saúde pública.

Embora a proposta amplie a conveniência para o consumidor, é importante lembrar que a automedicação pode causar intoxicações e agravar quadros clínicos, mesmo com o uso de medicamentos comuns, como analgésicos e anti-inflamatórios, alertou Costa.

Como funcionará a medida na prática?

O texto aprovado determina que:

  • A farmácia instalada dentro do supermercado deve ser fisicamente separada das demais áreas do estabelecimento.
  • Deve haver presença de um farmacêutico durante todo o horário de funcionamento da drogaria.
  • A venda de medicamentos será restrita à área da farmácia, sendo proibida a exposição de remédios em gôndolas ou bancadas fora desse espaço.
  • Medicamentos sob controle especial deverão ser pagos antes da entrega ou transportados em embalagens lacradas até o caixa.
  • O uso de canais digitais (como aplicativos e sites) será permitido apenas para entrega, desde que respeitadas as normas sanitárias.

Emendas rejeitadas

Durante a análise do projeto, algumas emendas foram rejeitadas. Entre elas, a proposta do senador Eduardo Girão (Novo-CE), que previa a possibilidade de venda de medicamentos sem a presença de um farmacêutico, e a do senador Marcos Pontes (PL-SP), que buscava proibir a comercialização de medicamentos com marcas próprias. Segundo o relator, essa última questão já é regulamentada pela Anvisa e deve ser debatida em um projeto específico.