Senado autoriza venda de medicamentos em supermercados

O Senado aprovou a proposta que permite a instalação de farmácias em supermercados, desde que com a presença de farmacêuticos.

17 set, 2025
Foto destaque: proposta poderá ser enviada diretamente para a Câmara sem nova votação (Reprodução/FG Trade/Getty Images embed)
Foto destaque: proposta poderá ser enviada diretamente para a Câmara sem nova votação (Reprodução/FG Trade/Getty Images embed)
A imagem mostra um homem idoso de cabelos grisalhos, vestindo uma camisa polo listrada, conversando com um jovem farmacêutico de jaleco branco e óculos. Eles estão dentro de uma farmácia bem iluminada, cercados por prateleiras com diversos produtos, incluindo fórmulas infantis, fraldas e itens de cuidados pessoais. O farmacêutico sorri enquanto observa o medicamento que o idoso segura, sugerindo um atendimento atencioso e informativo. A interação transmite um ambiente de confiança e cuidado com a saúde

A Comissão de Assuntos Sociais do Senado aprovou nesta quarta-feira (17) o projeto de lei que autoriza a instalação de farmácias em supermercados. De autoria do senador Humberto Costa (PT-PE), o projeto foi aprovado em caráter terminativo, ou seja, não precisa passar pelo plenário do Senado, a menos que haja recurso de, no mínimo, nove senadores para que isso ocorra. Caso não haja esse pedido, o texto segue diretamente para a Câmara dos Deputados.

A proposta foi apresentada como substitutivo ao Projeto de Lei 2.158/2023, do senador Efraim Filho (União-PB), e modifica pontos importantes da legislação atual sobre o comércio de medicamentos.

O que muda com o projeto?

O texto altera a Lei nº 5.991/1973, que trata do controle sanitário de medicamentos e outros produtos farmacêuticos. A versão original previa que medicamentos isentos de prescrição médica poderiam ser comercializados diretamente nas prateleiras dos supermercados, com acompanhamento de farmacêuticos. No entanto, após três audiências públicas, o relator Humberto Costa reformulou o texto.


Prateleiras com medicamentos (Foto: reprodução/ Bloomberg /getty images embed)


Agora, a proposta permite a instalação de drogarias completas dentro de supermercados, em espaços separados, respeitando todas as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A mudança foi considerada mais segura e tecnicamente adequada pelo relator, pois busca equilibrar o aumento do acesso da população aos medicamentos com a proteção à saúde pública.

Embora a proposta amplie a conveniência para o consumidor, é importante lembrar que a automedicação pode causar intoxicações e agravar quadros clínicos, mesmo com o uso de medicamentos comuns, como analgésicos e anti-inflamatórios, alertou Costa.

Como funcionará a medida na prática?

O texto aprovado determina que:

  • A farmácia instalada dentro do supermercado deve ser fisicamente separada das demais áreas do estabelecimento.
  • Deve haver presença de um farmacêutico durante todo o horário de funcionamento da drogaria.
  • A venda de medicamentos será restrita à área da farmácia, sendo proibida a exposição de remédios em gôndolas ou bancadas fora desse espaço.
  • Medicamentos sob controle especial deverão ser pagos antes da entrega ou transportados em embalagens lacradas até o caixa.
  • O uso de canais digitais (como aplicativos e sites) será permitido apenas para entrega, desde que respeitadas as normas sanitárias.

Emendas rejeitadas

Durante a análise do projeto, algumas emendas foram rejeitadas. Entre elas, a proposta do senador Eduardo Girão (Novo-CE), que previa a possibilidade de venda de medicamentos sem a presença de um farmacêutico, e a do senador Marcos Pontes (PL-SP), que buscava proibir a comercialização de medicamentos com marcas próprias. Segundo o relator, essa última questão já é regulamentada pela Anvisa e deve ser debatida em um projeto específico.

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