Dona de um corpo curvilíneo, a influencer MZ Dani, 35 anos, defende o movimento body positive. Comparada à boneca Barbie, mas com medidas reais, a modelo norte-americana apoia as campanhas que lutam por uma imagem mais natural das pessoas, principalmente das mulheres, sem os filtros exagerados das redes sociais, as edições no PhotoShop e os corpos muito magros em evidência. Porém, ela aponta que essa luta pode ser muito tóxica.
“Eu acho preocupante esse retorno da estética dos anos 2000. Os corpos sempre muito magros eram os centros das atenções, mas as coisas mudaram e a gente não pode retroceder”, alerta Danielle. “E isso pode afetar ainda mais o movimento body positive.”
Para a influencer, a campanha se perdeu quando começou a ficar mainstream. “Muitas empresas passaram a adotar esse movimento para lucrar. Um exemplo é a Victoria’s Secret, que anunciou uma nova visão da empresa, com mulheres de várias etnias e vários corpos”, diz, citando a queda da marca que, desde 2017, se envolveu em polêmicas e sofreu com a popularidade da Savage X Fenty, marca de lingeries idealizada por Rihanna. Os 2 desfiles da marca da cantora ficaram conhecidos pela diversidade corporal dos modelos e das próprias lingeries.
“Isso deu abertura para que pessoas que se encaixam em um padrão estético forcem algumas situações, como se contorcer em uma foto pra parecer que tem algumas dobrinhas e dizer que é preciso se amar do jeito que é”, ressalta ela.
MZ Dani também critica essas frases de efeito. Tão positivas que acabam se tornando tóxicas.
“Antes, a gente conseguia encontrar posts legais, de pessoas reais falando do processo de autoaceitação. Agora, o que você mais vê é alguma foto genérica com frases genéricas do tipo: ‘se ame’, ‘você é linda do jeito que é’. Não é um processo fácil como parece. Se uma pessoa não consegue se aceitar e vê alguém dizendo que é muito simples, ela pode se sentir ainda pior e desistir de todo o processo que ela já começou.”
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