A fama internacional de Anitta tem se consolidado. Dessa vez, a cantora é capa da edição de fevereiro da revista Cosmopolitan UK, na qual conta sobre sua vida pessoal e profissional. Em entrevista dada ainda no pré-carnaval, a artista revela sobre como se sente em relação à sua exposição na mídia, as diferenças entre Anitta e Larissa, a evolução de sua carreira e suas questões mais íntimas, como o abuso sexual sofrido aos 15 anos e os meses em que passou internada em 2022.
A imprensa britânica se mostra bastante interessada na carreira da carioca de Honório Gurgel. Em extensa matéria, Anna Cafolla destaca diversos aspectos do início de carreira da cantora, de sua fama internacional, projetos futuros e sobre os bastidores de sua vida pessoal. Confira alguns dos principais pontos abordados.
Carreira
A revista destaca que a carreira de Anitta pode ser vista de duas formas. A primeira, como uma grande artista brasileira, com enorme destaque na América Latina, 15 anos na indústria musical sendo a própria empresária, sete bilhões de visualizações no YouTube e 65 milhões de seguidores no Instagram. Por outro lado, afirma que a cantora ainda está emergindo no cenário global. A revista ainda destaca alguns feitos de Anitta, como ser a primeira artista solo latina a alcançar o primeiro lugar global do Spotify, em 2022, e ser nomeada ao Grammy de Artista Revelação em 2023.
Larissa e Anitta
Larissa de Macedo Machado nasceu no Rio de Janeiro em 1993. Já Anitta foi criada nos anos 2000, durante a adolescência da popstar. Na entrevista, diz como foi importante criar esse alter ego, separar sua personalidade daquela que desejava demonstrar ao público. “Anitta e Larissa são totalmente diferentes”, disse. “Eu criei ‘Anitta’ quando era uma adolescente. Ela era sexy e inteligente, feminina e agressiva – todas essas coisas de uma vez”.
Funk, sexualidade e abuso
Ao abordar a sensualidade do funk carioca, a revista também trás à tona como a cantora lida com sua sexualidade. A entrevista trata da bissexualidade da artista, revelada na série documental “Vai Anitta”, de 2018, assim como o caso de abuso sofrido por um namorado quando tinha 15 anos, contado no documentário “Anitta: Made in Honório”. Sobre o caso violência e a repercussão do assunto, afirma que transformou o trauma em uma motivação para sua persona. “Eu ouvi muitas mulheres falando sobre suas experiências (de abuso). E senti que não estava sozinha”, disse em entrevista.
Política
A Cosmopolitan ainda questionou sobre a relação da cantora com o cenário político do país. “No Brasil, as pessoas começaram a me perguntar sobre meus pensamentos em relação a tudo”, afirmou. “Era importante para eles ouvirem minha voz. Começou a ser uma grande questão quando eu não falava sobre política”. Devido ao cenário político bastante polarizado, Anitta começou a estudar sobre o assunto, inclusive fazendo lives no Instagram com “aulas” de um advogado. “Eu não gosto de abrir minha boca quando não sei sobre o que estou falando”, disse ela. “Eu compreendi como é perigoso quando se tem visibilidade e não se sabe o que fazer com ela. Existem muitos adolescentes me ouvindo”.
Cirurgias e saúde
Ao falar sobre os procedimentos estéticos, Anitta afirma que prefere ser sincera com seu público. “Eu fui a esse médico e usei esse laser”, disse a cantora ao tratar como lida com seus fãs sobre o assunto. Também falou sobre sua primeira cirurgia, aos 19 anos, e sobre como tal mudança não fez com ela se sentisse feliz. Porém, a experiência fez com que ela entendesse que a mudança deveria ser em sua personalidade, em como agir enquanto artista.
Ainda no campo da saúde, a entrevista comenta a internação em 2022. Anitta teve que passar por cirurgia por conta de uma endometriose, além de lutar contra problemas nos pulmões e uma suspeita de câncer. Nos meses que passou internada, Anitta decidiu fazer um álbum mais sincero. “Achei que fosse morrer. Decidi fazer um álbum que eu achasse legal, sem me preocupar com streaming ou algoritmos”, ela escreveu as músicas na cama do hospital e guiou a produção de maneira remota.