Recentemente, a influenciadora Gessica Kayane, que coleciona mais de 20 milhões de seguidores em suas redes sociais, admitiu que sofria de distorção de imagem e devido a esse quadro, utilizava preenchimento facial em excesso. Ao perceber, Gkay decidiu retirar o ácido hialurônico exagerado e hoje diz estar muito melhor. O relato da humorista faz parte da do transtorno que afeta cerca de 4 milhões de brasileiros e 2% da população mundial: a dismorfia corporal, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
De acordo com o ex-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica-RJ, o Dr. André Maranhão, a dismorfia corporal é uma doença psiquiátrica em que a pessoa se vê de forma distorcida da realidade. O paciente passa a enxergar “deformações” em seu corpo e rosto que ninguém mais vê, conhecido como “defeitos imaginários”.
“Com o boom dos filtros nas redes sociais, é cada vez mais comum achar quem não esteja satisfeito com o seu corpo, principalmente com a face. Os usuários se acostumaram com o efeito encantador e embelezador dos filtros que não se enxergam mais sem eles. A Dismorfia Corporal atinge mais as mulheres pois elas são mais ligadas à vaidade e as tendências de “beleza”. È um fato: a mulher se preocupa e investe mais no seu visual do que os homens. È importante ressaltar que 2,5% das brasileiras acreditam ter defeitos e nas mulheres a dismorfia corporal se apresenta entre 18 e 30 anos, embora possa se manter também até os 60. O público masculino também não fica atrás, com 2,2% de brasileiros com o distúrbio, na faixa entre os 18 e 21 anos. Porém, pode-se dizer que existe uma queda progressiva à medida do envelhecimento”, explica André Maranhão.
O médico cirurgião plástico faz um alerta:
“A preocupação em excesso com a estética, sim é um problema e pode ser considerada dismorfismo corporal. É importante observar quando a pessoa está enxergando algo que não existe, se evita contato com outras, reuniões presenciais, encontros, se não quer sair de casa somente pelo fato de querer se esconder e achar que sua aparência nunca está adequada ou pelo fato de simplesmente não enxergar beleza em si próprio. Pessoas próximas também podem observar esses sinais e conversar com o amigo ou o familiar e o indicar para um profissional de saúde.”
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