Durante entrevista, na última sexta-feira (1), para Maria Fortuna, do jornal “O Globo”, Fernanda Torres confirmou ter recebido convite para o papel de Odete Roitman para o remake da telenovela “Vale Tudo”. Contudo, o papel foi recusado, e a atriz explana o porquê da decisão.
Segundo Torres, a recusa do papel ocorreu devido sua agenda, visto que não teria tempo para conseguir preparar-se para o icônico papel de Beatriz Segall (1926-2018), atriz que originalmente interpretou a personagem que marcou gerações.
A recusa de Fernanda Torres
Enquanto promovia o filme “Ainda Estou Aqui” em Los Angeles, que representará o Brasil no Oscar 2025 e vem sendo aclamado em todas as exibições – incluindo uma ovação no Festival de Cannes – Fernanda comentou que, ao receber o convite, percebeu que o filme ganhava visibilidade rapidamente. Ela alertou a equipe que não conseguiria gravar o remake a tempo, ao que responderam que poderiam “segurar” as filmagens até março.
Contudo, após o sucesso do longa em Veneza, a atriz decidiu não participar do remake para evitar “começar um trabalho dessa responsa já cansada,” após as intensas semanas de promoção.
Fernanda Torres observou que situações assim são comuns na indústria, lembrando que ela própria não foi a primeira opção de Walter Salles para “Ainda Estou Aqui,” mas que, no final, “é de quem faz.”
O papel de Odete Roitman no remake será interpretado por Débora Bloch, vencedora de prêmios como quatro Prêmios APCA, um Prêmio Shell, um Troféu Imprensa e dois Prêmios Qualidade Brasil.
Vale Tudo
“Vale Tudo” foi uma telenovela exibida na TV Globo entre 1988 e 1989, dirigida por Dennis Carvalho e Ricardo Waddington, com autoria de Aguinaldo Silva, Gilberto Braga e Leonor Bassères.
Enfocando a corrupção e a falta de ética no Brasil no final dos anos 80, a trama narra a história de Raquel Accioli (Regina Duarte), que decide abandonar o marido Rubinho (Daniel Filho) após quase uma década de união. Ela muda-se para a casa de seu pai, Salvador (Sebastião Vasconcelos), em Foz do Iguaçu, levando consigo sua filha, Maria de Fátima (Glória Pires), e tendo como única posse a casa que Salvador deixou para a neta.
A novela marcou gerações com suas cenas antológicas, mas principalmente pela atuação primorosa das atrizes, destacando-se Beatriz Segall no papel de Odete Roitman, considerada a maior vilã da teledramaturgia brasileira.
Maria de Fátima, interpretada magistralmente por Glória Pires, também foi vista como uma das grandes vilãs da televisão e a filha mais ingrata já representada.
Renata Sorrah também brilhou com sua icônica personagem, que se tornou uma “alcunha” para aqueles que bebem demais: Heleninha Roitman.
O impacto da novela foi tão grande que, em 2016, “Veja” a classificou como uma das melhores telenovelas brasileiras de todos os tempos, ao lado de “Avenida Brasil.”