Na noite desta terça-feira (17), o jogo Uruguai x Brasil, pelas eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo de 2026, transcorreu de forma decepcionante. A seleção brasileira jogou um tempo da partida inteiro com a maior posse de bola, sem conseguir, no entanto, uma finalização e sem traduzir essa vantagem em eficiência ofensiva. O desfecho da partida, que quebrou uma invencibilidade de mais de oito anos, foi testemunhado no estádio Centenário, em Montevidéu. Diante desse cenário, Fernando Diniz assumiu a noite ruim e carregou a responsabilidade para si.
Quando questionado se a ausência de Neymar complicou a construção de jogadas ofensivas da Seleção, o treinador optou por não apontar dedos para jogadores específicos. Diniz enfatizou que o Brasil, mesmo sem a presença do camisa 10, conseguiu mostrar um desempenho mais convincente. No entanto, ele reconheceu que a responsabilidade pela atuação abaixo do esperado recai sobre seus próprios ombros.
Análise de Diniz
O técnico observou que, muitas vezes, simplificamos análises de problemas complexos. Ele argumentou que, se a ausência de Neymar fosse a única causa, a equipe teria mantido a profundidade e criado várias oportunidades. Embora o segundo tempo tenha sido ligeiramente melhor do que o primeiro, a equipe como um todo não teve um desempenho satisfatório na criação de jogadas.
“O jogo foi amarrado, costurado, e faltou articulação. Não por conta de um jogador ou outro. Faltou porque o time não soube construir. Nesse sentido, o principal responsável sou eu mesmo. O Neymar saiu faltavam quatro, cinco minutos para o fim do primeiro tempo e em momento algum tivemos articulação”, completou.
Fernando Diniz afirmou que o jogo foi equilibrado de ambas as partes, mas destacou que os erros defensivos cometidos pela equipe brasileira acabaram favorecendo os uruguaios e fazendo a diferença no placar.
Ele diz que, no segundo tempo, houve uma melhora leve na articulação do elenco, com algumas jogadas pelos lados. Entretanto, tanto o Brasil como o Uruguai tiveram dificuldades de oportunidades. O treinador ressaltou que o jogo foi marcado por uma forte contenção de ambas as equipes, em que o Uruguai conseguiu marcar seu gol a partir de um único chute no primeiro tempo.
Jogadores do Uruguai comemorando vitória contra o Brasil pelas eliminatória da Copa do Mundo de 2026. (Foto: reprodução/Instagram/@aufoficial)
Deficiências defensivas
Diniz reconheceu que o time sofreu dois gols devido a falhas que não deveriam ter ocorrido, ambos originados de arremessos laterais. Ele assumiu, mais uma vez, a responsabilidade pela má atuação do Brasil e expressou que a derrota não foi satisfatória.
O técnico destacou os desafios de implementar seu estilo de jogo com poucos treinamentos em datas FIFA. Ele enfatizou que a derrota para o Uruguai oferece lições importantes. Apesar que a seleção brasileira tenha controlado grande parte do jogo com a posse de bola, ela falhou em transformar esse domínio em ameaças reais ao gol adversário, evidenciando a necessidade de aprimorar a finalização.
O comandante da equipe do Brasil realçou que ela possui excelentes jogadores à disposição. Ele explicou que suas ideias táticas não foram inadequadas, mas identificou uma falta de agressividade no primeiro tempo.
Além disso, ressaltou que o Uruguai tentou pressionar a Seleção com um bloco defensivo médio-alto para dificultar a posse de bola. Embora o Brasil tenha controlado o jogo e mantido a posse de bola, faltou profundidade e ousadia no ataque. Ele enfatizou a necessidade de arriscar mais, ser mais incisivo e agressivo, especialmente com os zagueiros, a fim de superar a estratégia defensiva uruguaia.
“No segundo tempo, melhoramos um pouquinho. A marcação foi boa, não oferecemos muitos espaços para o Uruguai. Faltou contundência e essa sensibilidade vamos adquirir com o tempo e trabalho. O adversário hoje exigia mais do que produzimos. Os trabalhos acontecem com o tempo. Nenhum trabalho da minha vida aconteceu de forma linear. São coisas que acontecem para aprendermos e melhorar para os próximos jogos”, manifestou Diniz.
Casemiro durante a partida Uruguai x Brasil pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. (Foto: reprodução/Vitor Silva/CBF)
Impacto da derrota
Fernando Diniz foi perguntado sobre o impacto da derrota e destacou que se tem um impacto imediato, provocando reflexões e ações para melhorar. Ele compartilhou seu compromisso constante com o futebol e afirmou que analisará o jogo em detalhes em busca de áreas de melhoria. O treinador ressaltou que não é produtivo considerar a derrota como extremamente negativa, pois, nestes momentos, times e indivíduos de qualidade se fortalecem e crescem quando enfrentam desafios.
O técnico expressou sua crença na viabilidade de implementar suas ideias táticas, com os jogadores demonstrando aberturas para isso. Ele enxergou a derrota como uma oportunidade de aprendizado, e citou um incidente semelhante ocorrido anteriormente com o Fluminense jogando contra o São Paulo, no Morumbi, enfatizando a necessidade de ser mais contundente e agressivo durante a partida. Reconheceu que, ao jogar em casa, o Uruguai raramente passaria o jogo com apenas cinco finalizações, destacando a importância de ser mais eficaz no ataque.
Diniz avaliou que a equipe, de maneira geral, falhou. Ele notou que a marcação foi eficaz na maior parte do jogo. Porém, no aspecto da construção e jogadas, especialmente em uma partida como esta, era necessária uma abordagem mais coletiva e colaborativa.
Projeções para novembro
Sobre os seguintes passos do Brasil na próxima data FIFA, Fernando Diniz afirmou que espera o que faltou neste jogo. Ele reconheceu que as partidas anteriores foram diferentes e que a equipe buscará corrigir a falta de agressividade. Diniz mencionou que o tempo é um fator limitante, mas é crucial reconhecer os adversários e aprimorar o desempenho. Ele demonstrou confiança de que equipe apresentará um futebol melhor na próxima convocação.
Após quatro rodadas, a seleção brasileira conquistou sete pontos e agora ocupa a terceira posição na tabela das eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026, mantendo vantagem sobre a Venezuela em apenas gols marcados, com uma diferença de 7 a 5.
Confira as posições
- 1ª Argentina – 12 pontos
- 2ª Uruguai – 7 pontos
- 3ª Brasil – 7 pontos
- 4ª Venezuela – 7 pontos
- 5ª Colômbia – 6 pontos
- 6ª Equador – 4 pontos
- 7ª Paraguai – 4 pontos
- 8ª Chile – 4 pontos
- 9 ª Peru – 1 ponto
- 10ª Bolívia – 0 pontos
Em novembro, o Brasil enfrentará desafios ao visitar a Colômbia em Barranquilla no dia 16, e em seguida, receberá a Argentina no Maracanã no dia 21, marcando a última partida do ano.
Foto destaque: Fernando Diniz em coletiva de imprensa após partida Uruguai x Brasil pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. Reprodução/Vitor Silva/CBF