Rebeca Andrade conquista o ouro em Mundial de ginástica artística

Bruno Gama Por Bruno Gama
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Na quinta-feira (3), a ginasta brasileira de 23 anos encantou os presentes no Mundial em Liverpool e venceu o ouro inédito para o Brasil. Em seu discurso após a vitória, Rebeca ressaltou o orgulho de representar mulheres pretas ao som de ‘Baile de Favela’.

‘’No Brasil, todo mundo entende que as dificuldades que uma atleta preta tem, que uma pessoa preta tem de chegar no alto rendimento de ter possibilidades, oportunidades… De certa forma tentar ajudar essas pessoas. Para chegar aqui hoje, tive ajuda desde o início’’, comenta Rebeca.

A atleta brasileira é a segunda ginasta preta a conquistar o ouro na competição, depois a americana Simone Biles. A medalha de campeã mundial do individual é considerada o título mais nobre da ginástica artística.


<blockquote class=”twitter-tweet”><p lang=”pt” dir=”ltr”>É OUROOOOOOOOOOOOO!<br><br>Rebeca Andrade é campeã mundial de Ginástica! <br><br>14.400 no Solo pra fechar a final do Individual Geral.<br><br>A GINASTA MAIS COMPLETA DO MUNDO! <br><br><a href=”https://twitter.com/rbufolin?ref_src=twsrc%5Etfw”>@rbufolin</a> /CBG <a href=”https://t.co/oDaReO8CIr”>pic.twitter.com/oDaReO8CIr</a></p>&mdash; Time Brasil (@timebrasil) <a href=”https://twitter.com/timebrasil/status/1588273801028149248?ref_src=twsrc%5Etfw”>November 3, 2022</a></blockquote> <script async src=”https://platform.twitter.com/widgets.js” charset=”utf-8″></script>

Rebeca Andrade conquista o ouro inédito para o Brasil (Foto: Reprodução/Twitter)


 

Da periferia para o topo

A história da ginasta começa na periferia de Guarulhos, onde morava com a mãe, Dona Rosa, e mais oito irmãos em uma casa de um cômodo. Graças à ginástica, Rebeca e sua família moram em uma casa mais confortável hoje. O início da carreira veio por incentivo de uma tia, aos quatro anos, em um projeto da Secretaria de Esportes de Guarulhos, no ginásio Bonifácio Cardoso, na Vila Tijuco.

A técnica Keli Kitaura também teve um papel importante na trajetória da atleta. Às vezes, Rebeca não conseguia ir ao treino, foi aí que a treinadora fez a proposta: ficar com a menina aos fins de semana, para não desperdiçar o enorme potencial que havia na jovem. Quando Rebeca atingiu os nove anos, Keli a convidou para acompanha-la em Curitiba, grande polo de ginástica artística brasileira.

Nos dias difíceis, Rebeca pensava em abandonar o esporte e voltar para sua família, mas a mãe, Dona Rosa, sempre a apoiava e incentivava ela seguir o sonho. Pouco tempo depois, Rebeca foi contratada pelo Flamengo, se mudando para o Rio de Janeiro.

 

Sequência de lesões

Um empecilho na breve carreira da ginasta foram as lesões. Em 2014, já classificada para as Olímpiadas da Juventude de Nanquim, Rebeca teve de passar por uma cirurgia no pé. A sua substituta, Flávia Saraiva, conquistou três medalhas na China.

Rebeca teve uma rápida recuperação, mas, novamente, outra lesão. Pouco antes de sua estreia no Pan de 2015, acabou rompendo o ligamento cruzado anterior do joelho direito durante o treino. A brasileira temeu não se recuperar mais e perdeu a motivação, porém, outra vez, Dona Rosa deu o apoio necessário para filha continuar na ginástica.


<blockquote class=”twitter-tweet”><p lang=”pt” dir=”ltr”>OVACIONADA! Rebeca Andrade conquistou a medalha DOURADA no individual geral no Campeonato Mundial de Ginástica Artística, em Liverpool (Inglaterra). Orgulho do Brasil!<a href=”https://t.co/qGbjIMasQw”>pic.twitter.com/qGbjIMasQw</a></p>&mdash; Mídia NINJA (@MidiaNINJA) <a href=”https://twitter.com/MidiaNINJA/status/1588282894782382084?ref_src=twsrc%5Etfw”>November 3, 2022</a></blockquote> <script async src=”https://platform.twitter.com/widgets.js” charset=”utf-8″></script>

Rebeca recebendo a medalha de ouro (Vídeo: Reprodução/Twitter)


 

A volta por cima

Nas Olímpiadas de Tóquio, Rebeca finalmente conquistou o mundo. Ao som de ‘Baile de Favela’, se tornou a primeira brasileira medalhista olímpica da ginástica com a prata no individual geral. Na sequência, tornou-se a primeira brasileira campeã olímpica da modalidade com ouro no salto.

Em uma segunda passagem pelo Japão, no Mundial de Kitakyushu, conquistou novamente o ouro no salto e uma prata nas barras assimétricas. Nesta temporada, se consolidou como uma das maiores referências na modalidade. Foi absoluta no Mundial em Liverpool e conquistou o ouro inédito do individual geral para o Brasil.

No fim de semana, Rebeca retorna à arena para disputar mais três pódios nas modalidades barras, trave e no solo.

 

Foto em destaque: Rebeca Andrade no Mundial em Liverpool. Reprodução/Twitter

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