Clubes do futebol brasileiro prestam homenagem a Arlindo Cruz
O cantor Arlindo Cruz, um dos maiores nomes do samba e torcedor declarado do Flamengo, faleceu nesta sexta-feira (8), aos 66 anos, no Hospital Barra D’or, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O artista estava internado e não resistiu às complicações decorrentes de um acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico sofrido em março de 2017. […]
O cantor Arlindo Cruz, um dos maiores nomes do samba e torcedor declarado do Flamengo, faleceu nesta sexta-feira (8), aos 66 anos, no Hospital Barra D’or, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O artista estava internado e não resistiu às complicações decorrentes de um acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico sofrido em março de 2017. Desde então, convivia com sequelas que exigiam cuidados médicos permanentes e, ao longo dos últimos oito anos, passou por diversas internações.
A notícia de sua morte comoveu não apenas o mundo da música, mas também o futebol brasileiro. Clubes de diferentes regiões do país publicaram homenagens nas redes sociais, reconhecendo a importância de Arlindo para a cultura nacional e relembrando sua paixão pelo Flamengo.
Homenagens de gigantes do futebol
Assim que o falecimento foi confirmado, o Flamengo publicou uma mensagem nas redes sociais lamentando a perda e destacando o orgulho que Arlindo tinha de ser rubro-negro. O clube afirmou que o artista “cantou o Brasil com sua arte e fez da vida uma grande roda de samba”.
Outras equipes também se manifestaram. O Vasco da Gama, tradicional rival do Flamengo, prestou solidariedade aos familiares e amigos, ressaltando que o samba perde um dos seus maiores representantes. O Fluminense e o Botafogo enviaram mensagens semelhantes, unindo-se em um momento de luto que transcende rivalidades esportivas.
Enquanto isso, times de outras partes do país, como Corinthians, Palmeiras, Grêmio, Internacional e Bahia, também dedicaram postagens ao cantor. Em comum, todas as homenagens destacaram o legado musical de Arlindo e sua contribuição para a valorização da cultura popular brasileira. Desse modo, o impacto do artista ultrapassou o universo da música e alcançou estádios de todo o país.
Da infância ao reconhecimento nacional
Nascido em 14 de setembro de 1958, na cidade do Rio de Janeiro, Arlindo Domingos da Cruz Filho cresceu em um ambiente cercado de música. Ainda criança, recebeu seu primeiro cavaquinho, presente que marcaria o início de sua trajetória artística. Além do cavaquinho, dedicou-se ao banjo e ao estudo de teoria musical e violão clássico na escola Flor do Méier. Foi nesse período que começou a se apresentar profissionalmente em rodas de samba.
A influência do sambista Candeia foi determinante no início de sua carreira. Considerado seu “padrinho musical”, Candeia abriu portas para as primeiras gravações de Arlindo, incluindo o LP Roda de Samba, que mais tarde seria relançado em CD. Na década de 1980, a roda de samba do Cacique de Ramos tornou-se um ponto de virada. Nesse espaço, Arlindo tocou ao lado de nomes consagrados como Jorge Aragão, Beth Carvalho e Almir Guineto. Ali, firmou parcerias importantes, especialmente com Zeca Pagodinho e Sombrinha, que também despontavam como novos talentos.
Com o tempo, suas composições ganharam espaço na voz de grandes intérpretes. Beth Carvalho gravou “Grande Erro”, enquanto Alcione interpretou “Novo Amor”. Sua primeira música gravada foi “Lição de Malandragem”. Assim, Arlindo consolidou-se como compositor respeitado no cenário do samba.
Fundo de Quintal e carreira solo
Arlindo ganhou projeção como intérprete ao substituir Jorge Aragão no grupo Fundo de Quintal. Durante os 12 anos em que esteve na formação, contribuiu para uma fase de grande sucesso, com músicas como “Seja Sambista Também”, “Só Pra Contrariar”, “Castelo Cera”, “O Mapa da Mina” e “Primeira Dama”.
No entanto, em 1993, decidiu seguir carreira solo. A partir de então, continuou a colecionar sucessos e a firmar parcerias com importantes nomes da música brasileira. Ao longo das décadas seguintes, lançou álbuns, participou de projetos especiais e manteve presença constante nos palcos e nas rodas de samba. Portanto, sua obra, marcada por letras que retratam o cotidiano e a poesia da vida popular, tornou-se referência para novas gerações de músicos e admiradores do gênero.
Legado cultural e despedida
O falecimento de Arlindo Cruz representa uma perda para o samba e para a música brasileira. Mais do que um intérprete e compositor talentoso, ele era símbolo de resistência cultural e de valorização das raízes do gênero. Sua ligação com o futebol, especialmente com o Flamengo, também reforça o quanto fazia parte da identidade popular do país.
Em nota, a família agradeceu pelas mensagens de carinho e pelo apoio recebido ao longo dos anos em que o artista enfrentou problemas de saúde. Ainda não foram divulgadas informações sobre velório e sepultamento. Assim, com um repertório que ultrapassa gerações, Arlindo deixa como herança um legado de alegria, ritmo e poesia que seguirá vivo nas rodas de samba, nos estádios e nas lembranças de milhões de brasileiros.
