Fórmula 1 decide abandonar a ideia da nova cobertura para os pneus de chuva

Ana Gomez Por Ana Gomez
3 min de leitura
Foto destaque: para-lama no pneu no carro da Ferrari (reprodução/Alessandro Stefanini)

Dias depois de testar uma nova cobertura para os pneus de chuva dos carros da Fórmula 1, visando reduzir os jatos d’água lançados pelos carros em corridas debaixo de temporais, a categoria admitiu não ter tido avanços. Com isso, a proposta será descartada e uma nova solução para o problema será analisada.

O problema da chuva

Nikolas Tombazis, diretor de monopostos na Federação Internacional do Automobilismo (FIA): “sempre soubemos que havia dois fatores principais que contribuíam para a chuva de gotículas: um deles é a quantidade de água que é captada do solo pelo difuso e o outro é a roda, mesmo além do que seria prático, para ver qual seria o máximo que poderíamos alcançar com isso, ver se essa é a solução ou não”.

Ele ainda falou: “no teste anterior, (a cobertura) ficou muito, muito frágil e muito pequena. Embora elas tenham um pouco de efeito, não é significativo o suficiente. Então, voltamos à estaca zero”.


Testes da nova cobertura para os pneus de chuva
Testes da nova cobertura para os pneus de chuva (foto: reprodução/Gabriel Gavinelli)

A categoria trabalha com uma cobertura para os pneus desde o ano passado, quando os pilotos passaram a se queixar ainda mais do problema. Esta questão ganhou força depois da morre de Dilano Van ‘t Hoff, de 18 anos, que sofreu um acidente grave na etapa de Spa-Francorchamps da FRECA, que é a Fórmula Regional Europeia.

Ainda na temporada passada, a categoria já tinha testado para-lamas removíveis, com ajuda da McLaren e da Mercedes. No entanto, como apontado pelo diretor, os testes no Circuito de Silverstone, na Inglaterra, não foram satisfatórios.

Tombazis adicionou: “precisamos pensar em soluções diferentes. O que queremos evitar é uma situação como a de Spa de 2021, em que uma corrida é cancelada, ou severamente encurtada, ou severamente atrasada. As coberturas das rodas em si eram mito feias, mas se tivessem contribuído significativamente, teríamos ficado muito felizes em instalá-las”.

Qual é o motivo dos carros de Fórmula 1 criarem sprays d’água?

Os vincos nos pneus de chuva forte são maiores que os dos pneus intermediários, para chuva de baixa intensidade. Por isso, eles deslocam mais água para evitar que o carro perca o controle (aquaplane) sob a pista molhada.

Além disso, os pneus acabam criando uma “área de esguicho” ao sugarem a água para dentro do difusor, cuja pressão faz expelir ainda mais água.

A água é lançada para trás, este fenômeno acaba sendo potencializado pela aerodinâmica dos carros, no atual regulamento do efeito solo (de acordo com qual o assoalho e não mais as asas passam a gerar mais carga aerodinâmica) e pelo fluxo de ar que percorre chassi e rodas.

Por Ana Gomez
Escrevo para a editoria de esportes e reviso os textos
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