Libra e Forte estão analisando um memorando de entendimentos que pode concretizar a fusão dos grupos em uma liga unificada. Nos próximos dias, os líderes da Libra enfrentarão uma decisão crucial, assinar o acordo com os dirigentes do Forte ou prosseguir de maneira independente, negociando individualmente os direitos de 2025 a 2029.
Atualmente, os presidentes dos clubes de futebol estão de posse de uma proposta para a unificação da Libra e do conglomerado formado pelo Forte Futebol e União, anteriormente em lados opostos na tentativa de estabelecer uma liga.
O memorando de entendimentos, expressa a intenção das entidades signatárias de unificar os grupos, centrando-se na venda dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro para o período de 2025 a 2029. O documento delineia um modelo para distribuição das receitas da liga entre os clubes, resultado de meses de negociações entre dirigentes, com e sem consultores, simplificadas agora neste memorando.
Divisão das receitas
Inicialmente, as receitas seriam divididas em 85% para a Série A e 15% para a Série B, beneficiando esta última com direitos comerciais da elite pela primeira vez na história. A parcela destinada à primeira divisão seria então distribuída conforme uma fórmula 45% igualmente entre todos os clubes, 30% com base no desempenho e 25% conforme o apelo comercial.
O componente de desempenho levaria em consideração a classificação do Brasileirão ao longo de três temporadas. Em 2025, por exemplo, 34% desse componente seria referente à tabela do próprio ano, enquanto 33% seriam de 2024 e outros 33% de 2023. Este formato proporciona maior estabilidade financeira aos clubes de melhor desempenho.
O apelo comercial seria distribuído com base na audiência média de cada clube em suas transmissões, ponderando a representatividade de cada plataforma. A medição levaria em conta o padrão do ibope para a televisão aberta e fechada, enquanto o streaming contabilizaria a soma de espectadores a cada minuto.
Dirigentes dos principais clubes do país se reuniram recentemente em São Paulo para discutir os pontos que ainda impedem a criação da liga. O movimento é liderado por Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol, que ganhou apoio público de membros do Forte Futebol em sua tentativa anterior de presidir a CBF.
Unificação do Forte Futebol e União
As assinaturas ao memorando pelo Forte Futebol e União parecem mais prováveis, uma vez que já venderam parte de seus direitos comerciais a investidores e buscam a unificação para comercializar conjuntamente os direitos do Brasileirão. No entanto, na Libra, a incerteza persiste, pois não se sabe se os principais clubes, como Corinthians, Palmeiras, Santos, São Paulo e Red Bull Bragantino, assinarão o memorando.
Duas negociações estão em andamento simultaneamente, uma entre Libra e Forte Futebol para a possível unificação e outra na negociação dos direitos de transmissão com emissoras, notadamente a Globo. As conversas com a emissora evoluíram, com uma oferta atual de R$ 1,3 bilhão, incluindo a divisão dos recursos do Premiere.
A escolha dos dirigentes da Libra entre assinar o memorando com o Forte Futebol e União ou fechar um acordo direto com a Globo terá impactos significativos. A assinatura conjunta representaria um reset nas negociações com a Globo.