Um histórico desfavorável pode contar contra o Santos na FIFA. Especialistas aponta que problemas recentes com a proibição de transferências podem ser considerados como fatores agravantes pela Câmara de Resolução de Disputas da principal entidade do futebol.
Novas sanções de proibição
A trajetória negativa recente do Santos, relacionada à falta de quitação de montantes devidos a outros clubes por transferências, pode influenciar adversamente o clube em uma possível nova sanção de proibição de transferências, desta vez relacionada ao caso do jogador Christian Cueva.
O clube brasileiro ainda busca uma resolução favorável na questão da dívida com o Krasnodar, da Rússia, pela aquisição do mencionado jogador peruano. O clube europeu reivindica uma quantia um pouco superior a US$ 4 milhões, o equivalente a R$ 19,9 milhões, ainda não desembolsada pelo Santos.
O presidente Marcelo Teixeira revelou que o Santos está tentando um acordo com os russos para evitar uma nova sanção pela FIFA, porém enfrenta obstáculos. De acordo com Fernando de Castro Neves, advogado e especialista em direito desportivo, o histórico recente do Santos em situações semelhantes pode ter um impacto desfavorável perante a máxima entidade do futebol.
Em 2020, o clube sofreu uma penalização da FIFA por não cumprir os pagamentos ao Hamburgo, da Alemanha, pela contratação do defensor Cleber Reis. A ação, iniciada em março daquele ano, foi finalizada em outubro, pós o Santos chegar a um acordo com os alemães. No entanto, dois dias após a resolução com o Hamburgo, uma nova proibição de transferências foi imposta, desta vez devido à dívida envolvendo o Huachipato, do Chile, pela contratação do atacante Soteldo. Esta sanção perdurou até abril, quando o Santos negociou o jogador venezuelano com o Toronto e quitou a quantia com a equipe sul-americana.
Em 2024, o Santos foi alvo de uma nova proibição de transferências devido a uma dívida relacionada ao treinador Fabián Bustos, que comandou o time em 2022. A atual administração do Santos conseguiu chegar a um acordo para o pagamento da dívida e conseguiu reverter à penalização.
Conforme Castro Neves, a duração máxima da proibição de registro de jogadores é de três períodos de janela completos e consecutivos. Os esforços da gestão para alcançar um acordo podem ser mitigadores.
Veja o que o especialista disse
O especialista também esclareceu que outras penalidades podem ser impostas pela FIFA devido à falta de pagamento da dívida. Ele disse que além da proibição de transferências, os clubes podem ser penalizados com a perda de pontos nos campeonatos em que participam. Além disso, podem ter uma restrição quanto ao recebimento do percentual de clube formador até que o valor seja quitado.